É feriado
santo, mas a Polícia Federal precisou agir e efetuou a prisão de André Ataide,
estudante de medicina apontado como o responsável por realizar provas para
outros dois colegas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A prisão faz
parte da operação Passe Livre, deflagrada dia 16 de fevereiro deste ano, em
Marabá.
Estudante de medicina, o alvo estava na casa de parentes
na capital paraense quando foi capturado, às 14h30, dando cumprimento ao
mandado de prisão preventiva por falsidade ideológica e uso de documento falso,
além de estelionato com causa de aumento de pena (por ter sido praticado contra
autarquia).
Após os procedimentos legais na
Superintendência da Polícia Federal no Pará, ele foi encaminhado ao Sistema
Penal, em Belém.
A Polícia Federal esteve na casa do alvo na
quarta-feira, dia 27, sendo informada que os parentes sabiam que a qualquer
momento ele seria preso, por conta do que havia no celular dele. Para evitar a
prisão, o suspeito foi levado de Marabá a Belém, para se esconder em casa de
familiares.
O caso – Na deflagração da operação, em
fevereiro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém
havia sido preso. André é suspeito de ter sido aprovado duas vezes no Enem
(para curso de medicina), se passando por outras duas pessoas.
Com base na nota no Enem conseguida através
de fraude, essas duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela Universidade
Estadual do Pará (Uepa) em Marabá, mas sem terem feito a prova.
A perícia da Polícia Federal constatou que
as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos
inscritos nos processos seletivos do Enem. Para se passar por outros
candidatos, o suspeito de fazer as provas pode ter usado documentos falsos. Ele
também cursa medicina na Uepa de Marabá.
Durante a análise dos materiais apreendidos
foram localizados diversos outros crimes como realização de inúmeras provas de
vestibulares de medicina de faculdades particulares, falsificação de documentos
como RG’s, cartões do SUS, atestados médicos, receitas médicas, produção de
cena de sexo explicito com adolescente, etc. Os crimes que não guardam conexão
com crimes federais foram descobertos fortuitamente durante a análise de parte
dos materiais apreendidos.
As investigações seguem em andamento,
também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do
esquema criminoso.
Se confirmada a hipótese criminal, os
investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de
documento falso, entre outros.
ENEM, UEPA