A Polícia
Federal deflagrou, nesta terça feira (30), a operação Plenitude, junto com a
Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal. A investigação apura
crimes contra a administração pública, contra o sistema financeiro nacional e
lavagem de capitais da ordem de RS 1,7 bilhão.
Mais de 150
Policiais Federais participam da deflagração, cumprindo 49 mandados de busca e
apreensão em 33 endereços com 42 alvos. São 33 mandados em Belém, cinco em
Benevides, três em Parauapebas, um em Ananindeua, cinco em Santa Maria do Pará
e um em São Miguel do Guamá, além de um em Barueri/SP.
As
apurações identificaram a ocorrência de indícios de crimes licitatórios,
envolvendo recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), repasse de valores
indevidos para servidores públicos de diversas prefeituras do estado do Pará,
lavagem de capitais, com a utilização de empresas de fachada e laranjas, além
de possível prática de evasão de divisas através de OFFSHORE situada em paraíso
fiscal.
A Receita
Federal identificou que parte das operações comerciais observadas eram
realizadas por empresas de fachada, que apresentaram, em comum, a
característica de terem atividades formais na área da construção civil (obras
de urbanização, construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto)
e até de locação de veículos e comércio atacadista de leite e laticínios, mas
que mesmo sem aparente capacidade ou estrutura econômica (sem instalações
físicas, equipamentos, empregados, veículos) emitiram notas, com indícios de
serem inidôneas, de valores vultosos de supostos serviços prestados.
A emissão
de tais notas pode ter como objetivo ocultar o cometimento de lavagem de
capitais e sonegação de impostos. A partir de informações colhidas ao longo das
investigações identificou-se ainda indícios de ocultação de patrimônio e
simulação de operações de modo a lastrear eventuais patrimônios a descoberto de
pessoas investigadas.
Os crimes
teriam sido praticados por pessoas físicas, que usaram pessoas jurídicas,
ligadas ao ramo empresarial de saneamento urbano atuante no Pará e em outras
unidades da federação.
A 4ª Vara
Federal Criminal da SJPA autorizou o sequestro de bens dos investigados no
valor máximo de RS 1,7 bilhão, para devolução dos valores usurpados do erário.
Após a
análise de todo o material recolhido nas medidas de busca, o caso será
aprofundado pelos investigadores, tendo por objetivo o esclarecimento dos fatos
de relevância criminal e responsabilização individualizada de cada suspeito.