O Ministério Público do Estado do
Pará (MPPA), por meio de seu Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime
Organizado – GAECO, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e
Segurança Institucional – GSI, realizou hoje, 6 de setembro, a Operação
AQUERONTE, com o cumprimento de nove mandados judiciais de busca e apreensão
expedidos pela Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do
Estado do Pará (TJPA), além da imposição de medidas cautelares diversas da
prisão, em investigação que versa sobre a possível existência de uma
organização criminosa com atuação em Ananindeua, integrada e movimentada por
empresários e agentes públicos responsáveis por um esquema criminoso voltado à
prática de crimes licitatórios e financeiros, tais como frustração do caráter
competitivo de licitação e fraude em licitação ou contrato em prejuízo à
Administração Pública, bem como lavagem de capitais.
As investigações presididas pelo
GAECO constataram que a dinâmica criminosa consistiria na união de empresários
e agentes públicos atuantes no município, com o objetivo de fraudar certames
licitatórios a partir do direcionamento de contratações públicas em favor de
empresas determinadas.
Do esquema criminoso –
No contexto das apurações, constatou-se até o momento que uma das empresas
investigadas, fundada em 2021, obteve contratos significativos com a Secretaria
Municipal de Saneamento e Infraestrutura (SESAN), apresentando vertiginoso
crescimento econômico e financeiro. A companhia, que firmou acordos que
totalizam mais de R$ 88 milhões, é suspeita de ter sido favorecida em processos
licitatórios manipulados. Irregularidades, como exigências excessivas e
documentos não previstos na Lei de Licitações, foram identificadas,
restringindo a participação de outras empresas.
Outra construtora, reestruturada
em 2019, também está sob investigação. A empresa acumulou contratos de mais de
R$ 21 milhões desde sua reestruturação. É apontada de ter sido beneficiada por
cláusulas restritivas em editais de concorrências, dificultando a competição e
garantindo suas vitórias em licitações para serviços de terraplenagem e
manutenção predial.
Das apreensões – No
decorrer da Operação AQUERONTE foram apreendidas nas residências dos alvos
equipamentos eletrônicos como telefones celulares, notebooks, além de
documentos diversos do interesse das investigações. Ademais, o GAECO cumpriu
mandado de busca e apreensão em prédio público a fim de coletar documentos
relacionados aos procedimentos licitatórios supostamente fraudados.
Das medidas cautelares
diversas da prisão – Além dos mandados de busca e apreensão, foram
cumpridas medidas cautelares diversas da prisão que consistiram na suspensão
dos pagamentos de contrato administrativo e na suspensão das funções públicas
de investigados.
As investigações prosseguem em
segredo de justiça.
Fonte Zedudu