Uma operação realizada pela Polícia Civil do Pará, conhecida como ‘Fortis Status’, na fazenda Mutamba, em Marabá, resultou em confrontos e relatos de violência contra trabalhadores rurais, conforme movimentos sociais. Segundo a nota emitida, assinada por sete associações, incluindo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a ação teria resultado em mortes, tentativas de assassinato e tortura contra famílias sem-terra que ocupam a área.
A área da fazenda em questão possui 12.229 hectares e cinco alqueires e é ocupada por cerca de 200 famílias sem-terra, ligadas à Associação Rural Terra Prometida. Movimentos sociais acusam a operação de ser violenta e alegam que as vítimas não estavam armadas, apesar das alegações contrárias da polícia.
A Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá (Deca) declarou, por meio de nota, que os homens mortos, identificados como Adão Rodrigues de Sousa e Edson Silva e Silva, entraram em confronto armado com a polícia. No entanto, representantes dos movimentos sociais rejeitam essa versão e afirmam que nenhum armamento foi encontrado no local.
A operação foi comandada pelo delegado Antonio Mororo Junior, que informou que as quatro pessoas presas durante a ação foram detidas por suspeitas de crimes relacionados a conflitos agrários.
Importante destacar que essa área está em disputa judicial, e uma decisão do juiz Amarildo José Mazutti da Vara Agrária Regional, contestada pela Defensoria Pública, foi rejeitada por não haver omissão na função social da terra. Em maio, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ordem de reintegração de posse.
Fonte: g1 Pará