Na última terça-feira (26), o ministro do Superior Tribunal Federal,
Gilmar Mendes, definiu mais uma etapa no andamento do processo em que o
município de São Félix do Xingu questiona a homologação da Terra Indígena
Apyterewa e intimou a Advocacia Geral da União (AGU) a ouvir o pedido de
conciliação para revisão do Laudo Antropológico que definiu a área do local,
localizado ao norte da sede municipal.
De acordo com o advogado do caso, Igor Franco, São Félix do Xingu
questiona a existência de povos tradicionais na região sul do Apyterewa e busca
transformar a região em uma área onde o uso do solo é liberado para
agricultores. “Este despacho determina que o processo seja ouvido pela AGU. Nós
pedidos para que o laudo antropológico utilizado na homologação da área seja
refeito, pois nosso grupo de trabalho constatou que não existem índios povoando
a região”, afirma.
O processo está correndo há cerca de 12 anos no STF e busca ampliar a
área de produção agrícola parra pequenos produtores da região. Conforme
determinado pelo ministro, o objetivo da intimação é realizar a conciliação
entre as partes. “Tendo em conta que grande parte das ações relativas a
conflitos entre agricultores e indígenas decorrem, muitas vezes, da ausência de
prévio diálogo sobre a possibilidade de solução amigável, intime-se a União
sobre o interesse na tentativa de conciliação proposta pelo Município de São
Félix do Xingu”, escreve.