Enquanto Davi Alcolumbre está obcecado pela reeleição, Rodrigo Maia diz que sua reeleição está fora de questão. Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado (Foto: )
Brasília – O Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB) moveu ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para
impedir a reeleição dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O relator da matéria, ministro
Gilmar Mendes evitou prolatar decisão monocrática e enviou a decisão ao
Plenário da Corte.
Enquanto Davi Alcolumbre trabalha nos bastidores
para a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tramita no
Congresso e derruba a proibição para reeleição na mesma legislatura. Rodrigo
Maia diz que sua reeleição está fora de questão.
Tramita no Congresso Nacional uma proposta de
emenda à Constituição (PEC) que está apta a ser votada pelo plenário da Câmara
dos Deputados que derruba a proibição que existe à reeleição, numa mesma
legislatura, dos presidentes da Câmara e do Senado. A aprovação da PEC abriria
caminho para a renovação de mandato de, respectivamente, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ambos realizam gestões que são aprovadas pela maior
parte dos parlamentares e largariam como favoritos caso concorressem novamente
aos comandos das casas que formam o Congresso Nacional.
A PEC da reeleição tramita no Congresso desde 2003,
mas voltou à pauta política recentemente por causa de uma declaração do
presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson. O ex-deputado disse, em uma
transmissão ao vivo na internet no último dia 19, que Maia estaria articulando
um golpe contra o presidente Jair Bolsonaro e que a ação passaria pela
aprovação da PEC.
Apesar da declaração de Jefferson, a movimentação
em torno da PEC já havia registrado sinais de diminuição no Congresso. A
pandemia de coronavírus e seus efeitos na economia e na política retiraram o
foco das disputas internas no Legislativo. Por conta disso, o nível de
mobilização necessário para a aprovação de uma emenda constitucional com esse
teor é pouco difícil de ser alcançado. São necessários dois terços dos votos de
deputados e senadores, em duas votações em cada Casa legislativa.
As eleições para as presidências de Câmara e Senado
estão agendadas para fevereiro de 2021.
STF vai decidir
Para parlamentares ouvidos pela reportagem a
tendência é que o Plenário do STF decida que a matéria é assunto interno do
Parlamento e lá deve ser resolvido para evitar a interferência de assuntos
internos entre os Poderes.
Líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB) descarta
dar andamento às discussões em torno da PEC. “Isso está fora do radar. Não tem
que ser discutido. Não tem nenhuma estratégia sobre isso em curso, e é um tema
que não tem pautado as nossas conversas. Quando pensamos na eleição para
presidente da Câmara, nós pensamos não em reeleição, e sim em sucessão”,
declarou.
Efraim disse que o Brasil precisa “fazer a
travessia” da pandemia de coronavírus e que só após isso os debates sobre a
eleição para o comando da Câmara ganharão força. “Até 15 dias antes da eleição
para a presidência do Senado [de 2019], ninguém apostava uma ficha no Davi. E
ele venceu. Então é o tipo de eleição que quanto mais cedo se começa, mais cedo
se cria problemas”, afirmou. O parlamentar ressaltou, no entanto, que o
candidato que receber o apoio de Rodrigo Maia tende a ser o favorito na
disputa. “Sem dúvida nenhuma seria um diferencial, por conta da liderança que o
Rodrigo exerce na casa”, declarou. O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) é
apontado como um possível indicado de Maia na eleição do próximo ano, enquanto
Davi Alcolumbre trabalha para a sua própria reeleição.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.