Presidente Bolsonaro nomeou 14 novos vice-líderes do governo na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (30). Um é do Pará (Foto: )
Frustração I
Esse foi o sentimento captado pelo colunista, ao
conversar com diversas fontes da base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro
(sem partido), que indicou o desembargador Kassio Nunes, do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, à vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com
a antecipação
da aposentadoria do ministro Celso de Mello.
Frustração II
Segundo opinião unânime das fontes consultadas, o
presidente se afasta cada vez mais de sua base original de apoio. Não pegou
nada bem para seus apoiadores a reunião de apresentação na casa do ministro
garantista Gilmar Mendes, onde também estiveram o ministro Dias Toffoli, o
presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro das Comunicações,
Fábio Faria.
Frustração III
Do encontro vazou que Bolsonaro perguntou a Gilmar
Mendes qual a avaliação sobre a escolha de Kássio Nunes. E a resposta teria
sido positiva. Alcolumbre e Toffoli, segundo aliados, também não se opuseram. A
indicação foi confirmada pelo próprio presidente da República, na noite de
ontem, qunita-feira, 1º. Kassio Nunes deve agora passar por uma sabatina
no Senado. Ou seja, ao contrário do que muitos pensam, o presidente apenas
indica o nome, mas a aprovação se dá em dois processos no Senado Federal. Uma
sabatina na Comissão de Constituição e Justiça e, depois, votação em Plenário.
Surpresa
O gesto gerou surpresa porque o nome do
desembargador não figurava sequer na relação dos mais cotados, lista nas quais
estavam os ministros Jorge de Oliveira, da Secretaria Geral da Presidência, e
André Mendonça, do Ministério da Justiça, este, até então mais cotado, além do
ex-presidente do STJ, João Otávio Noronha, o juiz federal da Lava Jato, Marcelo
Bretas e também o ministro Ives Gandra Filho, do Tribunal Superior do Trabalho
(TST), que corriam por fora na bolsa de apostas.
Parecer Flordelis
No fechamento da Coluna, o corregedor da Câmara,
deputado federal paraense Paulo Bengtson (PTB-PA), apresentou seu parecer sobre
o caso Flordelis ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, mesmo de
licença médica devido à covid-19, teve ciência do documento. A deputada,
expulsa do PSD do Rio de Janeiro, é acusada de ter mandado matar o próprio
marido. Segundo as investigações policiais, já concluídas, “não há a menor
dúvida” de que ela foi a mandante do crime”. Flordelis nega.
Júri popular
Esse é o primeiro passo para o processo de cassação
do mandato da deputada. O parecer vai à votação no Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar. Se aprovado, vai a Plenário e, se novamente aprovado, Flordelis
perde o mandato e o suplente assume. Ao perder o mandato, perde também o fórum
privilegiado. Com isso, a deputada — que já está usando tornozeleira eletrônica
— deverá ser presa para aguardar julgamento do júri popular na comarca de
Niterói (RJ).
— Só Jesus na causa!
Gravíssimo
A Coluna teve acesso à íntegra da Cautelar
Inominada Criminal do Superior Tribunal de Justiça, que autorizou as
providências cumpridas pelas autoridades federais no âmbito da terceira
operação policial deflagrada no Pará, desta feita batizada de S.O.S.. É
estarrecedor o que está descrito nas 35 páginas do documento.
Corrupção sistêmica…
Ressalta a Polícia Federal a coincidência de atores
e do modus operandi nas quatro investigações atualmente em
curso. E, diante do cenário posto, aduzem as autoridades policiais que existem
fortes indícios de um quadro de corrupção sistêmica imbricada no seio do
Governo do Estado do Pará, que conta com a atuação de agentes públicos e
políticos de seu mais alto escalão.
…da Orcrim
Logo, não há de se falar em uma análise isolada dos
fatos, Pelo contrário, o contexto apresentado por meio das investigações
conduzidas pela Polícia Federal apontam para a gravíssima e reiterada prática
de fraudes, direcionamentos, superfaturamentos e desvios de recursos públicos
perpetrados por uma Organização Criminosa (Orcrim) altamente estruturada, com
alto poder econômico e que atua de modo estável e permanente na consecução de
seus objetivos espúrios, desde o início desse ano .
A corrupção desabrida era praticada na área da Saúde, Educação e Transportes e
Obras Públicas.
— Já vi essa novela, só não sei como termina!
Exoneração
Na quinta-feira (1º), Parsifal Pontes, Secretário
de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, foi exonerado do
cargo. Parsifal foi o coordenador da campanha do governador Helder Barbalho
(MDB) e um dos principais alvos presos na operação da PF. Além de ser acusado
de ser um dos cabeças da Organização Criminosa, as autoridades dizem que foi
iniciativa do agora ex-secretário a compra de uma maleta de espionagem que
custou R$ 5 milhões, para atrapalhar as investigações. O equipamento de
espionagem foi apreendido pelos federais e passará por perícia técnica. Na casa
de Parsifal foi encotrada ainda uma máquina de contar cédulas.
Eleições 2020
Em prosseguimento à edição passada da Coluna,
faremos uma breve abordagem sobre o papel desempenhado pelos prefeitos no
processo democrático.
Escolha
Os eleitores de 5.570 municípios escolherão
prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nas eleições deste ano. Para isso, é
essencial entender o papel de cada um desses representantes.
Afinal, você sabe o faz um prefeito?
Quais poderes ele possui e quais ele não possui?
Vamos entender essas questões. Ao final deste texto você vai saber exatamente
como deve agir um prefeito e o que você, como cidadão, pode esperar e cobrar
dele.
O que fazem?
O prefeito é o chefe do Poder Executivo de um
município. Isso significa que está nas mãos dele o poder de administrar a
cidade em que vive. Ele cobra impostos e taxas que, por sua vez, devem custear
obras, serviços e políticas essenciais para a vida nas cidades. Alguns exemplos
de serviços mantidos pelas prefeituras brasileiras são:
– a limpeza e a iluminação públicas;
– o sistema de transporte urbano;
– as ambulâncias e serviços de saúde municipais;
– a educação infantil (creches, pré-escolas) e o
ensino fundamental;
e a formação da guarda municipal.
Guarda Municipal
Segundo pesquisa do BNDES, a Guarda Municipal já se
faz presente e atua em mais da metade dos municípios com população superior a
100 mil habitantes: 51,7% para os municípios com população entre 100 mil e 500
mil habitantes e 80,8% para aqueles com população superior a 500 mil
habitantes. Em muitas cidades cuja administração pública é bem avaliada, o
prefeito criou na estrutura administrativa a Secretaria de Segurança Pública,
deslocando a Guarda Municipal, a Defesa Civil e o Departamento Municipal de
Trânsito sob esse guarda-chuva.
Deveres
Os prefeitos precisam buscar apoio político em
outras esferas de governo, como governador, deputados estaduais, federais e
senadores de seu estado. Muitos recursos importantes para os municípios são
negociados com os governos estaduais e governo federal, possibilitando o
financiamento de projetos importantes e a melhoria da qualidade de vida da
população.
Plano de desenvolvimento
O prefeito também deve colocar em prática um plano
de desenvolvimento para o município, buscando atrair e/ou fomentar a criação de
novas empresas, a fim de que elas gerem emprego e renda para os seus
habitantes.
Relação com os vereadores
Dentro do município, o apoio da Câmara Municipal
(CM) também é importante. Em relação à CM, o prefeito possui a mesma função que
o presidente em relação ao Congresso Nacional: a sanção ou veto de leis. O
processo legislativo municipal segue rito semelhante ao encontrado nos outros
níveis da federação. Mas além disso, ele mesmo pode propor novas leis, que são
submetidas à análise da Câmara e da sociedade.
Contas
Por outro lado, o prefeito deve cumprir as leis
aprovadas pela Câmara, além de submeter suas contas à fiscalização do
Legislativo, que ocorre com auxílio do Tribunal de Contas Estadual — ou
municipal, se houver. Além disso, o prefeito deve elaborar a lei orçamentária
anual e submetê-la à Câmara, que pode alterá-la, se julgar necessário.
Os secretários
Evidentemente, o prefeito não está à frente de uma
cidade inteira por conta própria: ele conta com a ajuda de funcionários
públicos, secretários e assessores, cada um incumbido de cuidar de alguma
coisa: recursos municipais, sistema público de saúde, sistema educacional,
mobilidade urbana, cultura e lazer e assim por diante. Muitos desses
secretários também são indicados a partir de barganhas políticas, da mesma
forma como acontece no âmbito federal.
Coordenação I
No fim das contas, os secretários e suas equipes
realizam a maior parte do trabalho da máquina pública municipal. O prefeito
coordena todo esse trabalho e estabelece as metas e prioridades da prefeitura.
Por isso, lembre-se de que você elege não apenas um prefeito, mas também um
grupo específico, que estará junto com ele no dia a dia da administração do
município (em que pese, é bem verdade, a maior parte dos funcionários públicos
serem concursados).
Coordenação II
E é claro que o cargo de prefeito não garante poder
absoluto a ninguém: a pessoa que o ocupa precisa seguir uma série de leis municipais
e — em teoria — tem seu trabalho fiscalizado constantemente pela Câmara
Municipal.
Coordenação III
Por fim, o prefeito tem o dever de implementar as
políticas públicas que se comprometeu a fazer durante a campanha. Essas
políticas devem ser discutidas com a população.
Fontes do orçamento
Para colocar em prática seus planos, o prefeito
conta com recursos de diversas fontes. A primeira delas é o próprio município,
que cobra impostos, taxas e outros tributos. O Imposto sobre a Propriedade
Predial e Territorial Urbana, o IPTU, é o mais conhecido tributo municipal.
Mas os prefeitos não contam apenas com os impostos
coletados no município: a Constituição de 1988 prevê mecanismos de
transferência de recursos dos Estados e da União para os municípios. Alguns
exemplos são:
– 22,5% dos recursos arrecadados pela União com
Imposto de Renda e Imposto sobre – Produtos Industrializados (IPI) são
repassados aos municípios;
– 50% do imposto sobre propriedade rural situada no
território do município;
e 25% do ICMS, imposto estadual, também para nas
prefeituras.
Em muitos casos, os recursos que chegam às
prefeituras possuem destinos obrigatórios, como aqueles provenientes de fundos
para a saúde e a educação. Essas e outras verbas a que municípios têm direito
podem ser encontradas nos artigos 158 e 159 da Constituição Federal.
Reforma Tributária
Tramitam no Congresso Nacional três projetos, um na
Câmara dos Deputados, outro no Senado e um terceiro, incompleto, de autoria do
Executivo Federal, que tratam da reforma tributária. Em resumo, a ideia é
desburocratizar a cobrança de impostos; acabar com a cobrança em cascata;
desonerar a folha de pagamentos e diminuir a carga tributária, que no País, é
uma das mais altas do mundo, sendo conhecida como “custo Brasil”.
Sai PSL…
Como a Coluna havia antecipado há três edições, foi
confirmada a nomeaçãoa pelo presidente Jair Bolsonaro, na quarta-feira (30), no
Palácio da Alvorada, dos 14 novos vice-líderes do governo na Câmara dos
Deputados. A partir de agora, cada partido da base de apoio ao governo tem um
vice-líder. Ele agradeceu aos deputados por aceitarem o desafio. “Obrigado por
nos ajudar a entregar um Brasil muito melhor que recebemos pra quem nos suceder
no futuro”, disse.
Bolsonaro fez um agradecimento especial ao PSL, que
tinha cinco vice-líderes na composição anterior.
…entram partidos da base de apoio
O Pará agora tem um vice-líder na Câmara dos
Deputados, exatamente como a Coluna havia antecipado. O deputado federal
Joaquim Passarinho (PSD-PA) foi confirmado e disse: “Agora, oficialmente
vice-líder do Governo na Câmara, defendendo os interesses, do Pará, da Amazônia
e do Brasil. Vamos em frente sempre lutando pelo nosso País melhor e mais forte”
. Os novos vice-líderes do governo são: José Medeiros (Pode-MT), Evair Vieira
de Melo (PP-ES), Aluisio Mendes (PSC-MA), Maurício Dziedricki (PTB-RS), Luiz
Lima (PSL-RJ), Giovani Cherini (PL-RS), Greyce Elias (Avante-MG), Paulo Azi
(DEM-BA), Lucio Mosquini (MDB-RO), Gustinho Ribeiro (Solidariedade-SE), Marreca
Filho (Patriota-MA), Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), Carla Dickson
(Pros-RN) e Joaquim Passarinho (PSD-PA).
Efemérides
Nesta sexta-feira (2), comemora-se “Dia Mundial do
Sorriso”. Um sorriso é um lindo gesto do ser humano. Nesses tempos de pandemia,
um sorriso é um bálsamo em nossas almas. Sorria, caro leitor!
De volta na semana que vem
Aos milhares de leitores da Coluna, avisamos que
estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Evite sair de casa. Se sair de casa use máscaras e
luvas descartáveis. Cuide de sua saúde e da sua família. Um ótimo final de
semana a todos.
Val-André Mutran – É
correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.
** Esta Coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Zé
Dudu e é responsabilidade de seu titular.