O governador Helder Barbalho participou, na tarde desta quarta-feira
(09), de um debate com especialistas sobre o Plano Amazônia Agora. O evento
foi organizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
em formato Webinar, e discutiu sobre o desmatamento e mudanças climáticas. O
governador afirmou que o Estado atua para mudar o comportamento dos paraenses
em sua relação de consumo com o meio ambiente.
"Precisamos viabilizar que as áreas já ocupadas pelo homem possam
ser produtivas. Importante que possamos ter um grande pacto com a sociedade
para que continuemos com as vocações econômicas da atividade agropecuária,
grãos, entre outros, mas que não se faça necessário a continuidade deste
avanço sobre a floresta", ponderou o governador.
Helder Barbalho detalhou que a estratégia do Estado é passar por uma
mudança de atuação do poder público, para que possa gerar uma mudança
cultural e comportamental na sociedade, principalmente, dos produtores. O
governador afirmou também que serão intensificadas as ações de fiscalização
do meio ambiente. Em paralelo, o Estado estará mais presente ofertando
informações, qualificação e linhas de credito.
"Precisamos dar soluções muito claras de fortalecimento
tecnológico e apoiamento técnico, para produzir mais e melhor, garantindo
segurança jurídica através de uma política moderna para regularização
fundiária, que é um problema histórico em nossa região. A desburocratização
do crédito para as atividades rurais são importantes. A lógica é garantirmos
direitos, mas ao mesmo tempo, cobrarmos deveres", disse.
"Entregamos o títulos de terra, apoiamos através da Emater
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado) ou da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ofertamos créditos
subsidiários e desburocratizados e, por outro lado, precisamos receber
segurança de que os produtos são de origem sustentável, com rastreabilidade e
de acordo com a lei", completou o governador.
O chefe do Poder Executivo Estadual também informou que o Estado busca
avançar em um formato atrativo de financiamento externo para estruturação do
Amazônia Agora, que foi lançado durante a Conferência do Clima (COP 25), em
dezembro de 2019, em Madri, na Espanha.
"Ao percebermos que os debates internacionais e com governo
brasileiro não avançavam em convergência pelo Fundo Amazônia, resolvemos
criar o nosso fundo próprio. Pretendemos estar com os editais
disponibilizados em fevereiro para fazermos uma grande convocação da sociedade
civil e parceiros nacionais e internacionais que estejam dispostos a
contribuir em soluções junto conosco", detalhou o governador.
Durante o debate, a mestranda na Universidade da Flórida e chefe do
Fundo Amazônia Agora, entre os anos de 2013 e 2018, Juliana Santiago,
destacou que a proposta do Governo Paraense é ambiciosa e busca elementos de
convergência em uma iniciativa inovadora. "Importante que seja
transparente na percepção da sociedade e, principalmente, se reflita na
redução dos desmatamentos", avaliou.
Também participaram do evento Puyr Tembé, vice-presidente da Federação
dos Povos Indígenas do Estado do Pará; Natalie Unterstell, diretora do
Instituto Talanoa, Daniela Chiaretti debatedora, repórter do Valor Econômico;
Adriana Ramos, coordenadora do Programa de Politica e Direito do Instituto do
Instituto Socioambiental (ISA).
Plano Amazônia Agora
O Plano Amazônia Agora é uma macroestratégia que reúne quatro eixos de
ação, que agregam diferentes abordagens sobre o cuidado com o meio ambiente e
a potencialização da economia rural no Pará. Os eixos são: Comando e Controle
(que prevê repressão aos crimes ambientais); Regulariza Pará (voltado à
regularização fundiária e ambiental); Territórios Sustentáveis (que oferece
incentivo técnico e fomento aos produtores rurais, paralelamente à
regularização documental e ao acesso a novos mercados) e o Fundo Amazônia
Oriental, destinado à captação de recursos para os projetos do plano de governo.
Entre as finalidades do Plano estão o alcance de oito Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações
Unidas (ONU), em escala estadual e a implementação de contribuições do Pará
aos compromissos globais de desenvolvimento sustentável, especialmente as
Contribuições Nacionais Determinadas (NDCs) do Brasil.
Outra finalidade apontada no Plano é o incentivo a atividades que
promovam redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), a prevenção, o
controle e alternativas ao desmatamento e as estratégias econômicas,
financeiras e fiscais para proteção ambiental no Estado do Pará, nos termos
do art. 30 da Lei Estadual n° 9.048, de 29 de abril de 2020 - Política
Estadual sobre Mudanças Climáticas.
IMAZON
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon é um instituto de
pesquisa, criado em 1990, e sediado em Belém. O Instituto não tem fins
lucrativos e foi qualificado pelo Ministério da Justiça como uma Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Entre as principais
atividades de pesquisa do Imazon estão o diagnóstico socioeconômico dos usos
do solo na Amazônia; o desenvolvimento de métodos para avaliação e
monitoramento desses usos; a realização de projetos demonstrativos; a análise
de políticas públicas de uso do solo; e a elaboração de cenários e modelos de
desenvolvimento sustentável para essas atividades econômicas.
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