Por Wellton Máximo e Marcelo Brandão – Repórteres da Agência Brasil - Brasília (Foto: )
As votações da recriação do auxílio emergencial
e de medidas de corte de gastos obrigatórios estão mantidas, disseram hoje (18)
os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo
Pacheco. O compromisso foi acertado após almoço entre os dois e os ministros da
Economia, Paulo Guedes, e da Secretaria de Governo, Luiz Ramos.
Assim como na semana passada, o
encontro ocorreu na residência oficial do presidente do Senado. Segundo
Pacheco, o Senado começará a discutir a PEC Emergencial na próxima semana,
decisão que foi tomada durante a reunião de líderes do Senado feita nesta
quinta-feira. Ele afirmou que o relator da PEC, senador Márcio Bittar (MDB-AC),
incluirá no parecer uma cláusula de calamidade, que permitirá que a recriação
do auxílio emergencial não viole o teto de gastos nem a meta fiscal para
2021.
"Essa aprovação pelo Senado
permitirá, através de uma cláusula de orçamento de guerra, uma cláusula de
calamidade, que se possa ter a brecha necessária para implantar o
auxílio emergencial no Brasil”, disse Pacheco. “Não se trata de uma condição
imposta pelo governo, mas de uma sinalização positiva de que o Congresso e o
Senado têm responsabilidade fiscal. Com a cláusula de guerra, vamos poder
prorrogar o auxílio emergencial”.
O senador Márcio Bittar também é
relator do Orçamento Geral da União, que deve ser votada até março. Essa
PEC inicia sua tramitação pelo Senado e, se aprovada, seguirá para a Câmara. O
texto original cria mecanismos de ajuste fiscal, caso as operações de crédito
da União excedam a despesa de capital. No caso de estados e municípios, o
gatilho é a elevação das despesas correntes acima do limite de 95% das receitas
correntes. A PEC Emergencial também modifica limites para gastos com pessoal e
proíbe que novas leis autorizem o pagamento retroativo desse tipo de despesa.
Apesar da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), Lira informou
que a pauta de votações está mantida. “Vamos continuar a tratar dos assuntos
importantes para o Brasil, como as propostas de emenda à Constituição que
tramitam na Câmara e no Senado, as vacinas e o combate à pandemia. Todos os
outros assuntos são laterais”, declarou Lira. Segundo o presidente da Câmara, a
democracia é caracterizada pela firmeza das instituições.
O ministro Paulo Guedes elogiou o
compromisso dos presidentes da Câmara e do Senado com a responsabilidade
fiscal. “Perfeito, depois desses dois [Pacheco e Lira], a gente não precisa
falar mais nada”, disse o ministro, sem dar detalhes das propostas de corte de
gastos acertada para compensar a recriação do auxílio emergencial.
Edição: Valéria Aguiar