Na foto, de cima para baixo, os deputados Joaquim Passarinho, José Priante e Cristiano Vale (Foto: )
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Protagonismo paraense
A semana encerra com uma boa notícia para a
política paraense. Três deputados da Bancada do Pará foram eleitos para dirigir
três importantes Comissões Permanentes na Câmara dos Deputados. Dois assumem a
presidência e um a vice-presidência.
Presidência I
O deputado federal José Priante (MDB-PA) tomou
posse pela quinta vez como presidente de Comissão Permanente. Dessa vez ele
comandará os trabalhos da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU).
Presidência II
Já Cristiano Vale (PL-PA), que cumpre seu primeiro
mandato como deputado federal, foi eleito para presidir a Comissão de
Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, colegiado fundado
pelo seu pai, o então deputado federal Anivaldo Vale. Leia a reportagem
completa aqui.
Vice-presidência
E, na manhã da quinta-feira (11), o deputado
federal Joaquim Passarinho (PSD-PA), foi eleito vice-presidente da Comissão de
Minas e Energia. É a primeira vez na história do Parlamento, que três
parlamentares do Pará ocupam, ao mesmo tempo, a direção e vice-direção de
Comissões tão importantes na Câmara. Os três deputados paraenses ficarão a
frente dos colegiados para mandato de um ano.
Rui Barbosa. Quanta falta!
O deputado Joaquim Passarinho distribuiu, nas suas
redes sociais, excepcional vídeo, com declamação do professor Nailor Marques
Junior, de texto atualíssimo do mestre dos mestres, Rui Barbosa.
— Imperdível!
Brigas e protestos I
Parlamentares da oposição acusam os partidos que
apoiam o governo de tramarem para blindar o ministro Ricardo Salles (Meio
Ambiente) a fim de “facilitar” a “passagem da boiada” de interesses dos
ruralistas.
Brigas e protestos II
Os ruralistas estão oferecendo cargos considerados
atraentes na Casa, como uma suplência na CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) — os suplentes também acabam relatando projetos — e titularidades nas
comissões de Esporte e de Cultura. Com o controle da Comissão de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), eles pretendem aprovar projetos de
impacto no meio ambiente cuja tramitação ficou parada sob a presidência atual
do deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP).
Brigas e protestos III
O PSL indicou três deputadas fiéis a Bolsonaro que
foram eleitas e assumiram as presidências de três comissões: a de Meio
Ambiente, a de Agricultura e a de Comissão e Justiça. Os projetos que
interessam ao agronegócio normalmente passam pelos três colegiados. Assim, o
PSL e os ruralistas acreditam que poderão obter o controle de toda a tramitação
das propostas.
Resistência I
O deputado Airton Faleiro (PT-PA), membro da
Comissão de Meio Ambiente, disse que os deputados governistas e da bancada
ruralista “estão na ofensiva, sim, para ter uma maioria absoluta” na Comissão
de Meio Ambiente: “Nós vamos lutar para garantir nossas vagas, no PT, somos eu
e o Nilto Tatto [SP]. O que eles vão tentar é trabalhar um pacote para
flexibilizar a legislação ambiental. Além do que estão trabalhando na Casa,
devem apresentar um monte de proposta de alteração. Eles estão trabalhando para
montar uma maioria, essa é a lógica.”
Resistência II
Para o deputado Faleiro, da Bancada do Pará, o
Legislativo poderá pagar um alto preço pelo avanço dos ruralistas nas comissões
temáticas. “Em se tratando de populações indígenas, de meio ambiente, de
Amazônia, a matéria é de repercussão global. Na minha leitura, se o Parlamento
entrar nessa de querer ficar de bem com esse bloco conservador, com os
ruralistas depredadores, vai ficar de mal com o mundo. E vai haver
consequências, como suspensão de contratos, de exportações do Brasil. A opinião
púbica nacional e internacional é que vai regular. Nós [parlamentares de
oposição] não temos votos suficientes para impedir esse avanço da
flexibilização. Então é preciso cavar essa trincheira dentro do Parlamento
junto com a opinião pública”, disse Faleiro.
Emendas “sem carimbo”
Levantamento no Orçamento 2021, aponta que foi
triplicado o valor das emendas “sem carimbo” destinadas pelos deputados e
senadores. O valor atingiu quase R$ 2 bilhões.
Fora do radar I
As emendas parlamentares “sem carimbo” foram
destinadas para repasse direto a Estados e municípios, sem intermediação dos
ministérios nem pente-fino do Tribunal de Contas da União (TCU). O volume é
três vezes maior do que o indicado em 2020, quando foram pagas pela primeira
vez.
Fora do radar II
Com a transferência direta, prefeitos e
governadores podem usar o recurso em qualquer área, sem prestar contas no
momento do repasse, diferentemente do que ocorre com outros tipos de emendas,
carimbadas para projetos específicos. A fiscalização das transferências
especiais caberá aos tribunais locais.
Fora do radar III
Emendas parlamentares são recursos indicados todos
os anos por deputados e senadores no orçamento da União e usados por eles como
ferramenta para aumentar o cacife político em seus redutos eleitorais. O
pagamento é obrigatório, mas o momento da liberação é negociado com o
Executivo, e serve como moeda de troca por votos em projetos de interesse do
governo no Congresso.
Lei de licitações
O Senado aprovou na quarta-feira (10) a redação
final da nova lei de licitações (PL
4.253/2020). Esse era o último passo para que o projeto,
aprovado em dezembro, pudesse ser enviado à sanção presidencial. O relator,
senador Antonio Anastasia, esclareceu que o processo se alongou
excepcionalmente porque a matéria era muito complexa e passou por várias
versões diferentes.
Consignado
Senado aprovou na quarta-feira (10) a MP
1.006/2020, que amplia a margem de empréstimo consignado para
aposentados e pensionistas do INSS. A ampliação passa de 35% para 40% do valor
do benefício e deverá vigorar até 31 de dezembro de 2021. O texto segue para
sanção.
PEC Emergencial
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira, 11,
em segundo turno, a PEC Emergencial. O texto foi desidratado na Casa e algumas
medidas de controle de gastos públicos acabaram ficando de fora. Ainda falta a
análise de destaques.
Calamidade pública
A proposta contém uma cláusula de calamidade
pública, que abre caminho para a volta do auxílio emergencial. Os valores e o
alcance do benefício ainda serão divulgados pelo governo, mas o ministro da Economia,
Paulo Guedes, já sinalizou que os pagamentos devem ter o valor médio de R$
250,00 partindo de R$ 150,00 e chegando a R$ 375,00 conforme o caso de cada
beneficiário.
Contenção fiscal
A PEC impõe medidas de contenção fiscal para
compensar o aumento de despesas, como dispositivos a serem acionados quando os
gastos do poder público atingirem um determinado patamar. Esses “gatilhos”
serão permanentes, e não restritos à pandemia.
Progressão de carreira
O líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR),
anunciou um acordo para permitir a policiais e servidores públicos a promoção e
progressão de carreira em momentos de calamidade, o que estava barrado
inicialmente. O impacto desidratou a proposta em aproximadamente R$ 1,5 bilhão.
Lobby dos servidores
O relator da PEC Emergencial, Daniel Freitas
(PSL-SC), afirmou que todas as categorias serão contempladas. “Não se trata de
uma exclusividade da segurança pública”, esclareceu. Mais uma vez, o poderoso
lobby dos servidores públicos não topou dar a sua parcela de contribuição ao
País.
— Farinha pouca, meu pirão primeiro.
Fundos públicos
Em primeiro turno, foi aprovado um destaque que
tira da PEC a desvinculação de fundos públicos. O dispositivo daria mais
flexibilidade ao governo na gestão do Orçamento federal.
Auxílio emergencial
A proposta permite que o auxílio seja financiado
com créditos extraordinários, que não são limitados pelo teto de gastos, mas
restringe o benefício a um custo total de R$ 44 bilhões. Ou seja, quando o
gasto dessa rubrica atingir o limite, acaba automaticamente o auxílio
emergencial.
Mudança rejeitada
Parlamentares alinhados ao governo chegaram a
defender a mudança. O deputado Celso Sabino (PSDB-PA) defendeu o destaque. “Não
é justo falar em equilíbrio fiscal tirando recursos da administração
tributária”, disse.
É mentira!
Momentos antes da declaração do parlamentar
paraense, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), havia defendido a
manutenção do texto do relator. “Deputados receberam ligações dizendo que o
Ministério da Economia era favorável ao destaque, mas não é verdade”, disse.
Alteração
A alteração no texto foi uma derrota à equipe
econômica e também ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que defendia o
texto que veio aprovado do Senado. Na discussão da matéria, a Câmara rejeitou
um primeiro pedido de alteração relativo ao mesmo tema, por 333 votos a favor
da medida como apresentada pelo relator e 135 contra. A análise da matéria
prosseguiu na quinta-feira para analisar os destaques. Leia a reportagem aqui.
Saldo positivo
Com saldo positivo de US$ 19,3 bilhões (cerca de R$
106,2 bilhões) no mercado internacional, a indústria paraense fechou o
ano de 2020 com o melhor resultado no ranking nacional, de acordo com o
Ministério da Economia. E o bom desempenho repercute, inclusive, entre os
parlamentares do Pará que atuam no Congresso Nacional.
Destaque I
O senador Zequinha Marinho (PSC-PA) destacou o
resultado. Ele citou que o setor da mineração, principal responsável pelo
desempenho superavitário da balança comercial paraense, no ano passado,
exportou cerca de US$ 18,5 bi (em torno de R$ 102,12 bi), com destaque para o
minério de ferro bruto. Além disso, o senador cita que a economia local está se
diversificando.
Destaque II
“Nossa principal atividade é a mineração, mas
outras atividades vão se levantando, ressurgindo, como a agricultura. Daqui a
algum tempo, não só o minério terá um grande volume para exportação, mas também
os produtos do agronegócio, que começam a crescer significativamente no nosso
estado”, disse o senador.
Balanço
Primeiro em saldo, o Pará foi o quarto estado em
valor exportado, com variação positiva de 15,11%. Embora com impacto bem
inferior ao da mineração, a exportação de soja conseguiu arrecadar US$ 759,4
milhões (perto de R$ 4,2 bilhões). O aumento de 43,4% em relação a 2019
comprova que o agronegócio está crescendo no Estado. A pecuária também teve
desempenho positivo, graças ao crescimento de quase 58% nas exportações de
carne bovina.
Tendência de alta…
Para Cassandra Lobato, coordenadora do Centro
Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (CIN/Fiepa),
o desempenho das exportações industriais tende a melhorar, caso a Reforma
Tributária seja aprovada pelo Congresso Nacional este ano.
…se as reformas forem aprovadas
“Se as reformas forem votadas, especialmente a
tributária, vai ajudar não só o Estado do Pará, mas todo o País. O custo da
tributação ainda é muito pesado para nossas indústrias e isso faz com que
muitas não cresçam, não tenham realmente um processo de desenvolvimento
industrial”, disse a coordenadora.
Empenho
O senador Zequinha Marinho concorda com Cassandra
Lobato e vê a reforma como uma oportunidade para impulsionar a fabricação,
circulação e consumo de produtos. “A reforma tributária faz a economia crescer,
no geral e, assim, ela termina impactando a parte de exportação. Ela é muito
benéfica e importante para a economia paraense”, avaliou.
Legislação eleitoral
O grupo de trabalho (GT) da Câmara dos Deputados,
que analisa mudanças na legislação eleitoral, promove audiência pública nesta
sexta-feira (12), para discutir sugestões de especialistas e da sociedade civil
para a elaboração de um novo Código Eleitoral e um novo Código de Processo
Eleitoral antes do pleito de 2022.
O debate é uma iniciativa dos deputados Jhonatan de
Jesus (Republicanos-RR), presidente do colegiado, e Lafayette de Andrada
(Republicanos-MG).
Grupo de trabalho
Criado em 11 de fevereiro por sugestão da deputada
Soraya Santos (PL-RJ), o GT é composto por 15 integrantes e tem prazo de três
meses para concluir os trabalhos, que poderão ser prorrogados. A relatora, deputada
Margarete Coelho (PP-PI), no entanto, adiantou que não pretende pedir
prorrogação. A ideia é aprovar um novo Código Eleitoral e um novo Código de
Processo Eleitoral antes do pleito de 2022.
Novas regras
O Código Eleitoral Brasileiro atual é de 1965 e até
hoje norteia as eleições, “auxiliado” pela Lei das Eleições, pela Lei dos
Partidos Políticos, pela Lei das Inelegibilidades e pelas normas gerais dos
processos cíveis.
Hora e local
A reunião será realizada no plenário 4, às 9h30
desta sexta. O público poderá acompanhar o evento ao vivo por meio do portal
e-Democracia, clicando aqui.
Efemérides
No domingo (14), comemora-se o “Dia Nacional dos
Animais”, com vasta programação em vários sites da Internet. Na segunda-feira
(15), comemora-se o “Dia da Escola”, a maioria das escolas continuam fechadas
em razão da pandemia.
De volta na semana que vem
Aos milhares de leitores da Coluna, avisamos que
estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Como a vacina ainda não está disponível para todos,
evite sair de casa. Se sair de casa use máscaras e use álcool gel nas mãos e
não fique em lugares com aglomeração de pessoas, mesmo ao ar livre. Cuide de
sua saúde e da sua família. Um ótimo final de semana a todos.
Val-André Mutran
– É correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Esta Coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Zé Dudu e
é responsabilidade de seu titular.