Governador Helder Barbalho, ao lado de prefeitos da Região Metropolitana de Belém, anunciou as novas medidas restritivas (Foto: )
Tudo o que o economista e professor universitário
Simão Jatene, ex-governador do Pará, não conseguiu fazer, no tocante ao
enxugamento das contas públicas do estado mais rico da Região Norte, o
administrador Helder Barbalho, atual chefe do Executivo paraense, dá aulas, na
teoria e na prática, com experimentos exitosos. Na prestação de contas
consolidadas do 1º quadrimestre deste ano, o Governo do Estado, sob a batuta de
Helder, reportou gastos com pessoal da ordem de R$ 9,333 bilhões para o período
de 12 meses corridos encerrados em abril, muito menos que os R$ 9,633 bilhões
assinados em 2020.
As informações foram levantadas com exclusividade
pelo Blog do Zé Dudu e constam do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) que Helder
Barbalho vai encaminhar aos órgãos de controle externo para prestar contas do
período entre janeiro e abril deste ano. O mais significativo é que a
administração dele conseguiu reduzir a despesa com pessoal frente à receita
líquida arrecadada no período a um nível épico, não conseguido por qualquer de
seus antecessores.
O balanço mostra que, hoje, o Pará compromete
apenas 37,38% de sua arrecadação com o funcionalismo público, o 2º melhor
desempenho do país entre as Unidades da Federação que consolidaram contas até o
momento, atrás apenas de Rondônia (35,98%). Vale destacar que Jatene entregou o
Governo do Estado com o Pará na 12ª posição.
Helder
melhora em 10 pp. herança de Jatene
No ano passado, sob o comando de Helder, o
comprometimento da receita líquida em abril era de 43,05%. Pela Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), o Poder Executivo dos estados avança o limite de
alerta ao comprometer mais de 43,74% de seu faturamento com servidores e
afronta o limite prudencial ao gastar mais de 46,17%. Se usar mais de 48,6% da
receita líquida com a folha, estoura o limite máximo.
Jatene passou a bola em dezembro de 2018 a Helder
reportando mordida da receita de 47,16% — ou seja, ele entregou o mandato com
os limites de alerta e prudencial estourados e dez pontos percentuais acima do
que Barbalho está proporcionando agora.
A gestão do atual governador tem feito exatamente o
contrário de seu antecessor: tem deixado o Pará cada vez mais longe das linhas
de tiro da LRF. O resultado apresentado neste começo de ano, com redução de
mais de cinco pontos percentuais, decorre de uma arrojada política de
equilíbrio das contas pautada na responsabilidade fiscal e na ampliação de
investimentos em serviços públicos essenciais que se deslocalizaram da Grande
Belém e agora chegam a todas as mesorregiões.
O Governo do Pará está investindo pesado em
infraestrutura, que é um dos grandes gargalos da atração de investimentos.
Várias vezes anunciado nacionalmente como estado detentor de algumas das piores
estradas do país, onde lama, buraco e poeira convivem num só casamento, Helder
tem economizado para tocar obras que integrem o Pará em si mesmo.
Além disso, o governo tem corrido atrás de mais
recursos para o estado, como no caso da batalha com mineradoras para aumentar a
fatia da Taxa de Fiscalização de Recursos Minerários (TFRM), o que deve melhorar
significativamente a receita estadual e fazer com que mais investimentos se
pulverizem com mais eficiência pelos 1,25 milhão de quilômetros quadrados do
segundo maior estado brasileiro, que tem tamanho de duas Franças. A arrecadação
livre de deduções do Pará totaliza, em 12 meses corridos encerrados em abril,
R$ 25,181 bilhões, quase R$ 3 bilhões acima dos R$ 22,376 bilhões registrados
em 2020.