Presidente Jair Bolsonaro se filiaria ao superpartido (Foto: )
Brasília – A filiação do
jornalista José Luiz Datena ao Partido Social Liberal (PSL) e sua
pré-candidatura à Presidência da República fizeram com que outras siglas se
aproximassem da legenda, que pode resultar na criação, através da fusão do
Democratas (DEM) e do Partido Progressista (PP), da maior legenda do campo do
chamado Centrão (centro direita) do Congresso Nacional, com nada menos que 121
deputados federais e 15 senadores, com recursos de R$ 1.275.000,28 (Hum bilhão,
duzentos e setenta e cinco milhões e vinte e oito centavos), pelos critérios do
Fundo Eleitoral aprovado na LDO 2022, ou R$ 460.000,92 (Quatrocentos e sessenta
milhões e noventa e dois centavos), se os valores forem o do fundo eleitoral
disponível em 2020 (ver quadro abaixo).
Segundo fontes confirmaram à reportagem do Blog do Zé Dudu, a
negociação para a fusão já conta com divisão do comando do novo partido, as
tratativas estão em seus últimos estágios, e o novo partido deve ser anunciado
em breve se as resistências internas de cada um forem superadas. O superpartido
estaria impondo uma espécie de cláusula de veto à filiação do presidente Jair
Bolsonaro e ao apoio formal à sua reeleição.
A nova sigla terá um comando dividido entre as três
legendas e a presidência a cargo de Luciano Bivar (PSL). ACM Neto, da Bahia,
assumiria a vice-presidência, ele presidente o DEM nacionalmente. Já o PP
ficará com a secretaria-geral do superpartido, representado por Ciro Nogueira,
que é o atual presidente do partido e assumirá na próxima quarta-feira (28), a
Casa Civil da Presidência da República, a convite do presidente Jair Bolsonaro
(sem partido).
Entretanto, há algumas incoerências que foram
encontradas na apuração da matéria. A primeira dúvida levantada verificou se
realmente a criação do novo partido é esperada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A expectativa é que ele se filie à nova sigla e a utilize como plataforma para
a sua campanha à reeleição no pleito presidencial de 2022. Caso isso se
confirme, há duas questões a serem respondidas e que os negociadores não
quiseram entrar em detalhes.
O jornalista José Luiz Datena concorreria a uma
vaga no Senado, em São Paulo, pelo novo partido
Como ficaria a
situação do jornalista José Luiz Datena?
Mais de uma fonte consultada aponta dois caminhos,
uma vez que o próprio Datena pediu à direção nacional do PSL que faça uma
pesquisa bem feita para apurar o tamanho do potencial eleitoral do famoso recém
filiado. Esse levantamento será concluído essa semana, e de acordo com o
resultado, seria feito o segundo movimento: o de lançar Bolsonaro à reeleição e
Datena concorreria a única vaga disponível no Senador Federal a cada Estado, na
eleição de 2022. Porém, as resistências no DEM e no PSL são quase inconciliáveis
para essa possibilidade.
Há resistências, e a maior delas é a do cacique do
DEM, ACM Neto. O partido não estaria convencido de apoiar Jair Bolsonaro porque
os números das últimas pesquisas de aprovação de seu nome pelo eleitorado
estariam em queda livre, portanto, não seria um candidato competitivo.
Outra dificuldade seria no PP. A sigla tem acertos
regionais que pendem para o apoio da candidatura do ex-presidente Luis Inácio
Lula da Silva (PT), especialmente nos estados do Nordeste. Ciro Nogueira aceita
o veto, mas interlocutores dizem que ele poderá trabalhar internamente para
reverter esse cenário, se Bolsonaro se viabilizar. Há um debate sobre o partido
não apoiar ninguém para presidente e liberar os estados para se aliarem a quem
quiser.
O Ciro Nogueira estaria “convencendo” as alas de
resistência no partido, a “embarcar” no projeto de reeleição de Bolsonaro. Só
não se sabe, a que preço.
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog do Zé
Dudu em Brasília.
FONTE ZE DUDU