A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia
Legislativa do Estado do Pará (Alepa) coordenou nesta quarta-feira (24) uma
audiência pública para debater os impactos ambientais dos empreendimentos
hidroviários no Rio Tocantins em suas diferentes fases: o caso das obras de
dragagem, derrocamento do Pedral do Lourenção, construção de Terminais
Portuários em Abaetetuba e da efetivação da Hidrovia Tocantins-Araguaia.
Coordenado pelo presidente da CDH, deputado Carlos
Bordalo, a audiência contou com a participação dos deputados Marinor Brito, Dr.
Galileu e Orlando Lobato; de Karla Bengtson, presidente do Ideflor-Bio; do
prefeito Roberto Pina, de Igarapé Miri; e da vereadora Edneuza Diniz, de
Abaetetuba, representando os executivos e legislativos dos municípios presentes
envolvidos em todas as fases de execução do projeto.
Também participaram os representantes do Ministério
Público, da Defensoria Pública do Estado, da Universidade Federal do Pará e
lideranças do Movimento dos Atingidos de Barragem (MAB), da presidente Ângela
de Jesus da Federação dos Trabalhadores da Agricultura e representantes de
sindicatos e associações de diversos municípios que lotaram o auditório João
Batista.
O deputado Carlos Bordalo, após mais de quatro
horas de reunião, avaliou que a audiência conseguiu cumprir o propósito
principal, que foi tirar o processo de luta da invisibilidade trazendo a
situação para uma reunião pública transmitida ao vivo pela TV e Rádio Alepa. “A
partir de hoje ninguém mais vai poder alegar que não existem lamentos, dores e
questionamentos sobre nenhum destes projetos dentro do Poder Legislativo e
transmitidas nos canais do Legislativo”.
Ao final da audiência foi marcada uma reunião no
Centro de Apoio Operacional do MPE, na próxima quinta-feira, 2 de dezembro,
para alinhavar os detalhamentos técnicos estratégicos do que fazer, e ainda a
criação de uma subcomissão dentro da Comissão de Direitos Humanos para tratar
sobre os impactos dos grandes projetos no Estado.
O projeto se refere às obras de dragagem e
derrocamento do Rio Tocantins, entre Marabá e Baião, e é dividido em três
trechos: o primeiro entre os municípios de Marabá e Itupiranga (52km) –
Execução de obras de dragagem. O segundo, entre Santa Terezinha do Tauiri e a
Ilha do Bogéa (Pedral de Lourenção). E o terceiro, entre os municípios de
Tucuruí e Baião (125km), com execução de obras de dragagem.
A presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson,
informou que o órgão encaminhou ao Ibama a sua manifestação 01/2020 sobre o
licenciamento das obras do Pedral. “Fomos extremamente específicos para
estabelecer 77 recomendações imprescindíveis para que o Ibama possa encaminhar
a anuência do licenciamento e a falta desta resposta, após um ano, apenas nos
indica que a análise está sendo feita de forma muito meticulosa, assegurou ao
plenário”, disse, ao receber das mãos do deputado Bordalo o Relatório e
Recomendações de diligencia à Área de Proteção Ambiental – APA Tucuruí.
(Com informações
da AID – Comunicação Social)