Por Cláudia Felczak - Repórter da Agência Brasil - Brasília (Foto: )
Durante coletiva realizada agora há
pouco na Casa Branca, em Washington, o presidente norte-americano Joe Biden
anunciou sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia, iniciada na madrugada
desta quinta-feira (24). Segundo Biden, essa é “A maior sanção econômica já
vista na história.”
O presidente disse que as medidas
terão início nos próximos dias. “A Rússia não poderá negociar nem em dólares,
nem em euros nem em ienes”. Segundo Biden, os títulos do governo russo já
caíram mais de 30%. A moeda do país, o rublo, também segue em desvalorização
perante o mercado internacional.
Biden anunciou que todos os ativos
dos bancos russos nos Estados Unidos (EUA) serão congelados. “Temos US$ 1
trilhão em ativos congelados; um terço dos bancos russos serão cortados do
sistema financeiro SWIFT”, revelou. O sistema SWIFT é uma cooperação
internacional que conecta instituições financeiras em mais de 200 países, e que
é controlado pelos bancos centrais dos países que integram o G-10 - grupo das
10 maiores economias do mundo.
Biden disse que os EUA reduzirão o
acesso da Rússia à tecnologia e a financiamentos em setores estratégicos, como
o aeroespacial. “Nossas ações afetarão mais da metade das exportações de alta
tecnologia”, complementou.
O presidente norte-americano destacou
ainda que “Os EUA não estão fazendo isso sozinhos, Há meses estamos construindo
uma coalizão de parceiros”, disse, citando França, Austrália, Reino Unido, e
Nova Zelândia. Momentos antes da entrevista, Biden já havia alinhado as sanções
anunciadas com os outros líderes do G7 - grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. “Estão todos aliados”, informou.
Sobre os fornecimentos de
combustíveis e gás natural, o político pediu para que as petrolíferas
norte-americanas não se aproveitem da situação para aumentar preços. Ele garantiu
que os EUA estão se coordenando com produtores de petróleo para garantir o
fornecimento de energia global, e que há reservas de petróleo disponíveis.
Defesa de aliados
“Este foi um ataque premeditado”,
disse Biden. Ele lembrou que, durante muitas semanas vinha alertando o mundo do
que ocorreria. E, segundo ele, quando o Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas (ONU), estava prestes a se reunir, Putin atacou a Ucrânia.
Infográfico mostra o primeiro dia da invasão russa à Ucrânia. - Reuters/Agência
Brasil
De acordo com Joe Biden, o presidente russo, Vladimir Putin, usou diversas
desculpas para invadir o país vizinho, mas nenhuma se mostrou verossímil. “A
escolha de Putin não se justifica. Nunca foi uma questão de se defender mas de proteger
o império”, disse.
Biden disse ainda que a verdadeira
intenção de Putin seria a recriação da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS). “É disso de que se trata essa guerra”, disse.
Joe Biden disse que, em conversa com
o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, realizada ontem (23), garantiu que
ajudaria na condução do país oferecendo “alívio militar”, mas não explicou o
que significaria isso.
Um encontro de 30 aliados da
Organização do Atlântico Norte (Otan) deve acontecer amanhã (25) para definir
os próximos passos em relação às ações de guerra da Rússia. Na hipótese de
futuras agressões a nações já integradas no tratado, Biden afirmou que “os
Estados Unidos vão defender os aliados com toda sua força. A Otan está mais
unida do que nunca.”, disse.
O presidente disse que ainda não está
pronto para revelar qual posicionamento foi negociado com a China sobre o
conflito.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira