Instalação da Comissão Especial da Reforma Tributária (PEC nº 007/2020) e eleição do Presidente, dep. fed. Joaquim Passarinho (PL-PA) e dos Vice-Presidentes; dep. fed. Celso Russomano (REPUBLICANOS-SP) e dep. fed. Sílvio Costa Filho (REPUBLICANOS-PE) (Foto: )
Reforma tributária
Em mais uma tentativa de entregar ao país uma reforma tributária que já passou
da hora de acontecer, a Câmara dos Deputados instalou uma nova comissão
especial para encaminhar e iniciar a tramitação do projeto de emenda
constitucional (PEC nº 007/2020), de autoria do deputado federal Luiz Philippe
de Orleans e Bragança (PL-SP).
Mais uma
A PEC propõe a simplificação do sistema de recolhimento de impostos, inspirado
nos moldes do sistema norte-americano. Nesta legislatura, o Congresso discutiu
outras duas propostas de reforma tributária, uma delas já na aprovada na Câmara
e outra parada no Senado. O engavetador-geral do Senado, o presidente da Casa,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), simplesmente engavetou a proposta aprovada na Câmara
no final do ano passado e sentou em cima da proposta da própria Casa que
preside. Como o eleitor mineiro elege um sujeito desse jaez é uma incógnita.
Instalação e eleição
A comissão especial foi instalada e elegeu o
presidente e os dois vice-presidentes, designando também a relatoria da matéria
na terça-feira (24). O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) foi eleito
presidente; e os deputados Celso Russomano (Republicanos-SP) e Sílvio Costa
Filho (Republicanos-PE), são os vice-presidentes. A deputada Bia Kicis (PL-DF)
foi designada relatora da matéria.
Com esse time, a comissão deve acelerar os trabalhos para a aprovação da
matéria, que tem a simpatia do governo e do presidente da Casa, Arthur Lira
(PP-AL).
Expectativa
Joaquim Passarinho (PL-PA) acredita que o assunto
está maduro e espera apresentar uma proposta “razoável”, que melhore a vida do
contribuinte. Ele terá a missão de cumprir o prazo de 40 sessões para votar o
relatório que, se aprovado, vai ao Plenário para votação em dois turnos e
depois seguirá para o Senado.
Desfecho incerto
Como publicado ontem
pelo Blog, é inesperado o desfecho da aprovação final do substitutivo ao
projeto de lei complementar que pretende minimizar a escalada nos preços da
energia e dos combustíveis, por meio de limitação na alíquota do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhida nos Estados que estão com
os cofres abarrotadas de dinheiro devido esse imposto.
Melhorias no texto
O texto da proposta melhorou substancialmente
porque o relator incluiu e os deputados aprovaram que, além dos combustíveis e
da energia elétrica, foram acrescidos os setores de comunicações e transporte
público à categoria de bem ou serviço essencial, prevista no Código Tributário
Nacional, o que impede a incidência de alíquota superior a 17% nos Estados e no
DF, gerando a ira dos governadores.
A ordem é derrubar
Conluio dos governadores está sendo tramado com os
senadores — sempre eles —, para tentar derrubar a matéria no Senado. Se não
conseguirem, tentarão o tapetão, no STF — sempre ele, para arquivar a matéria.
O leitor tem de lembrar disso, caso ocorra. O esquema de governadores,
senadores e ministros do STF se lixando para o bolso do brasileiro.
Senador Angelo Coronel (PSD-BA)
Sem acordo
O projeto de reforma do IR, aprovado na Câmara dos
Deputados no final do ano passado e relatado pelo deputado Celso Sabino
(União-PA), segue na gaveta “enquanto eu estiver vivo”, como disse o relator da
matéria no Senado. A declaração não espanta, porque o senador Ângelo Coronel
(PSD-BA) deve ser o engavetador geral júnior do chefe, Rodrigo Pacheco. Ele ainda
se saiu com essa: “Tenho a impressão que o ministro Paulo Guedes ‘não leu uma
folha sequer’ da proposta”.
Sede do Basa em Belém (PA)
Demissões no Basa
A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento
Regional e Amazônia da Câmara dos Deputados discutiu na quarta-feira (25) as
demissões no Banco da Amazônia (Basa). O debate foi solicitado pela deputada
Vivi Reis (PSol-PA) e subscrito pelo deputado José Ricardo (PT-AM).
Quadro de apoio
Apesar de o banco ter alcançado resultados
financeiros positivos nas últimas três décadas, a administração da instituição
decidiu desligar os funcionários do chamado quadro de apoio, sem nenhum tipo de
mediação direta ou via entidade representativa. “Há informações de que esse
processo de demissão atingirá também outras categorias do Basa”, afirma Vivi
Reis.
O debate na Comissão da Amazônia foi solicitado
pela deputada Vivi Reis (Psol-PA). Foto da audiência
Prego batido, ponta virada
Segundo a deputada, a administração do Basa
sustenta, entre outros motivos, que a decisão se baseia em portaria do
Ministério da Economia e que não há como rever a posição. Foram convidados para
debater o assunto, além do presidente do Basa, Valdecir José de Souza Tose,
representantes da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia e dos
Sindicatos dos Bancários do Pará, do Amazonas e do Maranhão.
Novela
Em novo capítulo da novela “Bondades em Ano de Eleição”, campeã de audiência
via canais de TV do Congresso Nacional, a trama segue com a ala que sempre quer
ganhar no grito.
Sindicalistas, ativistas e parlamentares defenderam o pagamento do 14º salário
a aposentados e pensionistas em audiência da Comissão dos Direitos da Pessoa
Idosa.
A proposta
Uma proposta em análise na Câmara trata da
concessão em dobro do 13º salário a segurados e dependentes da Previdência
Social que recebem aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença,
auxílio-acidente ou auxílio-reclusão.
Gasto não, investimento!
O pagamento do 14º salário estava previsto
inicialmente para os anos de 2020 e 2021. O objetivo do projeto é auxiliar
aposentados e pensionistas para compensar os efeitos da crise provocada pela
pandemia de Covid-19. Mas, se tratando de novela, sempre tem mais de um final.
A relatora de um outro projeto sobre o 14º salário, a deputada Flávia Morais
(PDT-GO), defendeu que a aprovação da proposta não vai representar um gasto,
mas, sim, um investimento para o governo. Ela argumentou que o dinheiro a mais
pago ao aposentado vai servir para fomentar a economia neste momento de crise.
— Haja dinheiro.
Com a palavra a CCJ
O projeto que determina o pagamento do 14º salário
aposentados e pensionistas já foi aprovado pela Comissão de Finanças, com
previsão do abono, até o limite de dois salários mínimos, no mês de março dos
anos de 2022 e 2023. Agora, o texto aguarda para ser votado na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ).
Salário mínimo
Com a aprovação pela Câmara da medida provisória
(MP nº1.091/2021) que definiu o salário-mínimo em R$ 1.212, valor que já está
em vigor desde 1º de janeiro deste ano, foram rejeitadas todas as emendas que
pretendiam aumentar o valor. A matéria segue agora para o Senado.
Bagagens
A Câmara concluiu a votação da medida provisória
(MP nº 1.989/2021), que voltou à Casa porque foi modificada no Senado, está a
volta da gratuidade para um volume de bagagem despachada nos voos comerciais.
Mudança
A gratuidade da bagagem foi incluída na MP pela Câmara e depois mantida pelo
Senado. A alteração incluiu na medida provisória uma mudança no Código de
Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990) para proibir a cobrança de qualquer
tipo de taxa por um volume de bagagem de até 23 quilos nos voos nacionais e de
até 30 quilos nos voos internacionais.
Veto
A justificativa foi o alto preço das passagens aéreas e a aprovação, em 2017,
no “maior 171 da Paróquia”, da autorização para que as companhias aéreas
cobrassem pelos volumes despachados, o que na época foi apresentado como uma
medida para baratear as tarifas, o que não aconteceu, como disse a deputada
Perpétua Almeida (PCdoB-AC), autora do destaque que permitiu a volta da
gratuidade.
Bolsonaro já andou dizendo que vai vetar. Se o fizer, perderá milhares de
votos.
Adiada
Foi adiada a votação na CCJ da proposta que permite
cobrança de mensalidade em universidades públicas (PEC nº 206/2019). A proposta
estava prevista para votação na terça-feira (24), mas foi retirada de pauta por
causa da ausência do relator, deputado Kim Kataguiri (UNIÃO-SP).
Gritaria
Após muito debate, os deputados, por acordo,
aprovaram um requerimento para a realização de uma audiência pública sobre o
tema. Apenas depois da audiência, ainda sem data marcada, a proposta deverá
retornar à pauta. O Plenário da CCJ ficou pequeno para a quantidade de
estudantes que ficaram frustrados com o adiamento. A gritaria será grande na
próxima sessão.
Lotes irregulares I
O maior legado do MST, desde que surgiu com o papo
de fazer a Reforma Agrária, foi esquematizar, após o Incra regularizar o
assentamento, levantar acampamento, invadir outra área e vender os lotes para
quem quisesse comprar.
Lotes irregulares II
O relator do projeto de lei (PL nº 3.768/2021) que
regulariza a situação de assentados da reforma agrária que ocuparam lotes
abandonados, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), disse que a ideia é adotar
critérios que evitem especulações imobiliárias. O deputado é relator do texto
na Comissão de Agricultura da Câmara.
Lotes irregulares III
O projeto, do deputado Zé Vitor (PL-MG), regulariza
as ocupações realizadas há pelo menos um ano em assentamentos criados há pelo
menos dois anos contados a partir de dezembro de 2021. Na legislação atual, o
prazo adotado é dezembro de 2016.
Lotes irregulares III
Em audiência pública na comissão, na terça-feira
(24), Alceu Moreira disse que a regularização é importante porque evita a
dependência das pessoas de intermediários e autoridades públicas. Mas explicou
que é necessário ter critérios que levem em conta não apenas o tempo da
ocupação: “Diferenciar alguém que quer um pedaço de chão para produzir com
dignidade de um grileiro, de um oportunista, de um negocista que não quer
produzir absolutamente nada, que quer ganhar dinheiro em cima da área pública.”
O que diz o Incra?
O presidente do Incra, Geraldo José de Melo Filho,
disse que o governo Bolsonaro deve gastar R$ 6,1 bilhões com o pagamento de
desapropriações antigas. Segundo ele, foram feitos 32 editais de seleção de
novas famílias e anunciou mais 88 até o fim deste ano. Ele afirmou que as
seleções ficaram paralisadas a partir de 2016 porque o Tribunal de Contas da
União considerou que o processo não era transparente.
Auxílio
Alceu Moreira disse que a seleção das famílias pode
ser auxiliada pelos municípios, sindicatos e outras entidades e afirmou que
deve eliminar a data limite para a criação dos assentamentos que serão
beneficiados, evitando a necessidade de nova lei no futuro. O deputado Zé Vitor
disse que o objetivo do projeto é evitar a expulsão de 30 mil famílias de seus
lotes, que é a estimativa do Incra para o número de afetados pela medida: “Nós
queremos é resolver a questão que está aí afligindo vocês e a várias famílias
do Brasil. Nós temos que dar uma solução para esse caso, jamais criar um motivo
para que haja especulação imobiliária.”
Cobrança
Presente à audiência, Moara Tannús, presidente da
Bioterra Consultoria Ambiental e Agrária, disse que vários lotes foram
abandonados por pessoas que tiveram problemas financeiros ou de sucessores na
atividade: “É inadmissível que tenha mais direito quem abandonou o lote do que
quem está lá trabalhando hoje. Não podemos aceitar isso. Precisamos parar de
achar que não tem lei para resolver.”
Cadê o pessoal?
Segundo Reginaldo Aguiar, diretor da Associação
Nacional dos Servidores Públicos Federais Agrários, também presente na
audiência, o Incra sofre com falta de recursos e de pessoal. Eram 9 mil
servidores na década de 1990 e agora são 3.000, mil deles já na época de se
aposentar.
Com terra…
Para Reginaldo, não adianta regularizar a ocupação
sem crédito para que os assentados tenham como produzir, porque isso causa a evasão.
Ele explicou, além disso, que o orçamento do órgão tem dependido de emendas
parlamentares, o que dificulta políticas permanentes
…e sem recursos
Destacou: “Porque, se ficar só na regularização e
titulação e não tiver o foco em orçamento para que a gente tenha assistência
técnica e melhorias no sentido de promover a produção agropecuária, a gente tem
esse prejuízo.”
O deputado Marcon (PT-RS) criticou a falta de recursos: “Tenho colocado 40% das
minhas emendas nos assentamentos, mas não se resolve o problema de estrada com
emenda, não se resolve água com emenda, não se resolve escola e transporte para
as crianças. Então precisamos debater isso.”
Parceiros
Com um legado como esse, gerado pelo MST,
preparem-se. Lula disse na semana retrasada, que mesmo assim, os chefões do MST
governarão junto com ele se ele ganhar a eleição.
Pugilato-geral da República
Durante sessão extraordinária do Conselho Superior
do MPF no início da semana, o procurador geral Augusto Aras exasperou-se com o
colega subprocurador Nívio de Freitas; chegaram quase às vias de fato. Veja o
vídeo especialmente editado para os leitores da Coluna.
Efemérides
Nesta sexta-feira, 27 de maio, comemora-se o Dia do
Profissional Liberal, o Dia do Serviço de Saúde, o Dia Nacional da Mata
Atlântica, o Dia do Serviço de Saúde do Exército e o Dia do Engenheiro de
Custos. O sábado (28) marca o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade
Materna, o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, o Dia do Ceramista,
o Dia do Hambúrguer e o Dia de São Germano de Paris.
Efemérides II
No domingo, 29 de maio, é comemorado o Dia do
Geógrafo, o Dia do Estatístico, o Dia Mundial da Energia, o Dia Internacional
dos Soldados da Paz das Nações Unidas, o Dia Mundial da Saúde Digestiva e o Dia
de São Maximino. Na segunda-feira (30) comemora-se o Dia do Geólogo, o Dia do
Decorador, o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, o Dia de São Fernando e o Dia
da Santa Joana d’Arc.
Efemérides III
A terça-feira (24) é a data em que se comemora várias efemérides, tais como, o
Dia do Aeroporto, o Dia do Comissário de Bordo, o Dia da Aeromoça, o Dia
Mundial sem Tabaco, o Dia Mundial de Combate ao Fumo e o Dia do Espírito Santo.
Na quarta-feira, 1º de junho, comemora-se o Dia Mundial dos Pais, a Semana do
Meio Ambiente, o Dia da Imprensa e o Dia de São Justino. E fechando o ciclo da
semana, na quinta-feira (2), não há registro de nenhuma efeméride.
De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Val-André Mutran
– É correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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Com informações Ze Dudu