Brasília – O
Instituto Doxa Pesquisas publicou o mais completo retrato da corrida eleitoral
para deputado estadual (41 vagas) e federal (17 vagas) dessas eleições no
Estado do Pará. Os dois levantamentos abrangem 46 municípios paraenses que
foram compilados em dois grandes Bancos de Dados. De acordo com Dornélio Silva,
CEO do Doxa Pesquisas, “os estudos dos cargos proporcionais são baseados em
duas pesquisas no estado realizadas nos meses de agosto e setembro. As
pesquisas estão registradas no Tribunal Regional Eleitoral sob os números
PA-04691/2022 e PA-00891/2022.
Os dados dos questionários aplicados foram
compilados e cruzados resultando numa lista dos candidatos mais citados pelos
entrevistados. No primeiro, o entrevistado escolhe o nome num disco de opções e
no outro, os entrevistados, de forma espontânea, respondem em quem votarão para
deputado estadual e para deputado federal.
Dados cruzados, a lista não apresenta muitas
surpresas. Candidatos que fazem da política profissão lideram as listas, com
raras exceções, que reflete os dias atuais e fenômenos recentes como a
penetração e influências das redes sociais.
Vários dos candidatos bem colocados, têm por trás
de si uma forte atuação nas redes sociais, como o vereador de Ananindeua Bob
Fllay, uma espécie de Tiririca paraense. Como vereador, o agora candidato à
deputado estadual “avacalha com a política”, o que agrada um eleitorado
despolitizado e de baixa instrução. “A ordem é esculhambar e ganhar as
eleições, depois, a gente vê o que faz”.
A estratégia deu certo em 2020, quando ele se
elegeu para uma vaga de vereador em Ananindeua e agora vem com força para ser o
deputado estadual mais votado do Estado.
Os
caciques de sempre
A disputa mais acirrada para deputado estadual e
federal é travada por velhos caciques da política paraense, salvo as exceções
já citadas. Candidatos que já possuem mandatos e cadeira no Palácio dos
Cabanos, na Assembleia Legislativa, em Belém, e no Palácio do Congresso
Nacional, em Brasília, são franco favoritos nesse pleito.
Pesam as regalias que esses candidatos possuem em
desfavor de uma renovação de nomes. A primeira delas é a estrutura política já
montada em suas bases eleitorais, verbas de gabinete pagas com dinheiro
público, combustível, passagens aéreas, possibilidade de fretamento de aeronaves
para deslocamento dentro do segundo maior estado do país em extensão
territorial, restando aos “novatos”, uma pequena janela para conseguir se
eleger.
Mas, o que mais pesa no processo é o financiamento
de campanha. Os caciques partidários fingem que são democráticos quando o
assunto é a distribuição do fundo eleitoral Na prática, porém, o que ocorre é
desanimador para os novos pretendentes, independentes de suas qualidades.
Muitos candidatos, provavelmente mais de 90% dos
nomes que concorrem, independente da sigla ou federação partidária, a 15 dias
das eleições, não têm sequer um santinho para distribuir para o eleitor saber o
número com o qual concorre ao cargo pretendido.
A Reportagem entrevistou vários políticos de peso
em Brasília e os realmente honestos intelectualmente, são unânimes em afirmar
que: ”a mais importante — a mãe — de todas as reformas, é a reforma política”.
Muito já se discutiu no Congresso sobre o voto
distrital misto, as candidaturas em listas partidárias e ultimamente, até o
sistema em si, como a possibilidade de uma semipresidencialismo, cujo trabalho
da comissão especial para tratar do tema, avança a passos de tartaruga. Pesa no
processo o egoísmo nato dos políticos brasileiros.
Afinal, os currais eleitorais nunca mudaram desde o
Brasil Colônia, e ter o controle sobre o processo, é a razão que justifica por
que, dinastias familiares nunca largam “o osso”, da carcaça do sistema
eleitoral brasileiro.
Palácio dos Cabanos, sede da Assembleia Legislativa
do Pará, a casa dos deputados estaduais paraenses
Confira
os favoritos para Deputado Estadual
Segundo o cientista político Dornélio Silva, o
estudo dos resultados das duas pesquisas mostra que o MDB fará a maior bancada
com 10 deputados na Alepa. A segunda maior será do PSDB/CIDADANIA. O PTB pode
fazer a terceira maior bancada. O desempenho do partido está relacionado ao
vereador Bob Fllay — maior puxador de votos dessas eleições estaduais.
Vale ressaltar que na pesquisa foram citados apenas
4 nomes do partido e pelos cálculos o PTB faz 5 deputados. Portanto, a quinta
vaga está aberta dentro do partido que depende do cálculo das sobras eleitorais
de acordo com o quociente eleitoral do desse pleito.
Pelo estudo, a Assembleia Legislativa deverá ser
renovada em até 49%. O cálculo preliminar indica que 12 partidos e duas
federações vão compor por 4 anos a nova Alepa.
Independente da renovação, verifica-se que a
maioria dos partidos são da base política do governador, Helder Barbalho,
cacique do MDB paraense. Apenas o PL ficará como oposição e eventualmente o
PSC, que pode nem eleger nenhum nome nessas eleições para deputado estadual,
uma vez que após o prazo da “janela partidária”, os dois deputados eleitos pelo
partido cristão, se dispersaram em outros legendas, de apoio ao governo.
“Vale ressaltar que é um estudo que valida o
momento da pesquisa. Ainda existem mais de 65% de eleitores que não tem nenhum
candidato definido. Por outro lado, temos pela frente 15 dias de campanha, o
que pode mexer pontualmente o jogo de cadeiras”, salientou Silva.
Ficha
técnica da pesquisa
Nome da pesquisa: Contexto
eleitoral Pará
Nível de Confiança:
O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma
probabilidade de 95% dos resultados retratarem o atual momento eleitoral.
Registro Eleitoral:
registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob o nº PA-04691/2022;
PA-00891/2022
Margem de erro: A margem de
erro estimada é de 2,25% para mais ou para menos sobre os resultados
encontrados no total da amostra.
Período:
Agosto/Setembro de 2022
Local: Estado do Pará
Amostra: Foram
entrevistados 4000 eleitores.
Estatístico Responsável:
Jadson Chaves – CONRE: 8010
Palácio do Congresso Nacional, sede da Câmara dos
Deputados, a casa dos deputados federais paraenses
Confira
os favoritos para Deputado Federal
O estudo da pesquisa da Doxa Pesquisas que lista os
favoritos para deputado federal, foi feito com uma amostra de 4.000 entrevistas
realizadas em 46 municípios do estado distribuídos pelas seis mesorregiões.
O estudo faz uma simulação de uma eleição a partir
dos votos válidos atribuídos aos candidatos, de maneira espontânea, isto é, o
eleitor respondeu a seguinte pergunta: “Se a eleição fosse hoje em quem você
votaria para deputado federal?”. Depois nomeamos cada candidato ao seu respectivo
partido. Em seguida foram somados os votos de cada partido. Com essa informação
foi possível aplicar (simular) um coeficiente eleitoral no universo da
pesquisa; depois, foi aplicado um coeficiente partidário que projetou a
quantidade de cadeiras que cada partido preencheria. Após saber a quantidade de
vagas preenchidas por partido, foi decupado o número em cada partido para o
preenchimento das vagas por aqueles mais votados de cada sigla.
“O resultado obtido gerou tabelas: a primeira é a
projeção dos possíveis 17 deputados. Em seguida, nas outras tabelas podem ser
vistos os outros candidatos e suas pontuações”, explicou Dornélio Silva, sobre
a metodologia aplicada.
“Vale ressaltar que é um estudo que valida o
momento da pesquisa. Ainda existem mais de 60% de eleitores que não tem nenhum
candidato definido. Por outro lado, temos pela frente 16 dias de campanha, o
que pode mexer pontualmente o jogo de cadeiras. Como no MDB a disputa interna é
muito acirrada, mostramos como ficaria essa disputa na última tabela”, ressalta
o cientista político.
De
acordo com o estudo da Doxa, a nova representação federal partidária ficaria
assim:
MDB – 5 deputados
PL – 2 deputados
PSD – 2 deputados
PTB – 2 deputados
PT/PV/PCdoB – 2 deputados
PSDB/CIDADANIA – 1 deputado
PDT – 1 deputado
PSB – 1 deputado
UNIÃO BRASIL– 1 deputado
Bancada
evangélica sob risco
Se o levantamento obtiver a precisão esperada, o
deputado federal, gaúcho, Vavá Martins, pastor da Igreja Universal do Reino de
Deus, não se reelegerá, assim como, o deputado federal Olival Marques, pastor
da Assembleia de Deus, que foi eleito pelo DEM e migrou para o MDB. Se for
confirmado os dados apurados após a abertura das urnas, a bancada evangélica
paraense em Brasília, será implodida.
Aliás, a disputa interna no MDB é a mais acirrada
em décadas, no PL também, após o ingresso de nomes do PSD, como os deputados
Éder Mauro e Joaquim Passarinho.
A
tabela a baixo mostra o desempenho dos principais candidatos do MDB na
disputado interna do partido
A disputa por uma vaga de deputado federal no MDB é
a mais concorrida dessas eleições, assim como, na disputa pela única vaga ao
Senado
Nome da pesquisa:Contexto
eleitoral Pará
Nível de Confiança:
O nível de confiança utilizado é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade
de 95% dos resultados retratarem o atual momento eleitoral. Registro
Eleitoral: registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Pará sob o nº
PA-04691/2022; PA-00891/2022
Margem de erro: A margem de
erro estimada é de 2,25% para mais ou para menos sobre os resultados
encontrados no total da amostra.
Período:
Agosto/Setembro de 2022
Local: Estado do Pará
Amostra: Foram
entrevistados 4000 eleitores.
Estatístico Responsável:
Jadson Chaves – CONRE: 8010
Reportagem: Val-André
Mutran – Correspondente do Blog
do Zé Dudu em
Brasília.
Blog Ze Dudu