A população mundial atingiu, nesta terça-feira
(15), 8 bilhões de pessoas segundo relatório divulgado pela Organização das
Nações Unidas (ONU) na segunda-feira (14). As conquistas em saúde pública,
melhorias em saneamento, melhor acesso à água potável e desenvolvimento de
vacinas na última década foram fatores contribuintes para o rápido crescimento
populacional. No entanto, o secretário-geral da ONU António Guterres alerta
para a necessidade de diminuir as desigualdades. “Se não reduzirmos o enorme
fosso entre os que têm e os que não têm, estaremos construindo um mundo de oito
bilhões de pessoas repleto de tensões, desconfiança, crises e conflitos”,
disse.
A estimativa da ONU é que o mundo ultrapasse 9
bilhões de habitantes por volta de 2037 e 10 bilhões em 2058. A organização
internacional destaca a importância de investir cada vez mais em recursos para
atender às necessidades crescentes das pessoas, mas também do meio ambiente.
“O crescimento populacional contínuo aumenta a
urgência dos esforços para garantir o desenvolvimento econômico e, ao mesmo
tempo, proteger e preservar o meio ambiente. Compreender e planejar as mudanças
demográficas futuras é essencial para alcançar o progresso contínuo em direção
aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), garantindo que ninguém seja
deixado para trás”, diz.
António Guterres ressalta que a aceleração da crise
climática afeta principalmente os mais pobres. “Estamos na direção de uma
catástrofe climática, com as emissões e as temperaturas em contínuo crescimento.
Inundações, tempestades e secas estão devastando países que em quase nada
contribuíram para o aquecimento global”, pontuou o secretário-geral.
Guterres espera que os líderes mundiais reunidos
COP27 estabeleçam acordos sobre um modelo de compensação aos países do sul
global pelas perdas e danos relacionados ao clima. O secretário-geral também
defende que os países mais ricos deem apoio financeiro e técnico para ajudar as
economias emergentes na transição dos combustíveis fósseis. “Esta é a nossa
única esperança para cumprir as nossas metas climáticas”, enfatizou.
Para a ONU, alcançar os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) pode contribuir para desacelerar o
crescimento da população mundial. “A expansão das oportunidades de educação e
emprego contribui para o declínio da fecundidade, alterando os incentivos e as
intenções em torno do casamento e da procriação.
O acesso universal aos cuidados de saúde sexual e
reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, e a proteção dos direitos
reprodutivos permitem que indivíduos e casais realizem melhor suas intenções de
fecundidade, reduzindo o número de gestações indesejadas e, muitas vezes,
levando a níveis mais baixos de fecundidade”, concluiu.
(Fonte: Correio
Braziliense)