Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2024

Política
Publicada em 13/12/22 às 04:52h - 96 visualizações
Contas de 2020 do prefeito Darci, de Parauapebas, são aprovadas pelo TCM
Darci cumpriu todos os limites constitucionais monitorados pelo Tribunal, nas áreas de saúde, educação, repasse ao Legislativo, despesa com pessoal e ainda inspirou nova “jurisprudência”

Jornal O Niquel


 

No difícil ano de 2020, em meio à propagação do letal coronavírus, causador da pandemia de Covid-19 que ceifou milhões de vidas no mundo, a Prefeitura de Parauapebas ampliou investimentos em saúde, não descuidou da educação, pagou com pontualidade seu funcionalismo e manteve as contas públicas equilibradas. O resultado de tanto cuidado não poderia ser outro: as contas do prefeito Darci Lermen foram aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) durante sessão realizada na quarta-feira da semana passada, dia 7.

A informação foi levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que procurou a contadora pública Maria Onilce Pereira, CEO da Maryah Onilce Accounting, empresa que cuida da imagem contábil da segunda prefeitura mais rica do Pará perante os órgãos de controle externo. A conselheira Mara Lúcia Barbalho foi a relatora das contas de Darci.

De acordo com o relatório da conselheira, o prefeito cumpriu com louvor os seis limites constitucionais monitorados pelo TCM. No tocante à educação, por exemplo, cujo mínimo legal é a aplicação de 25%, a Prefeitura de Parauapebas investiu 40,93% em 2020, sendo que aplicou 75,43% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em manutenção e desenvolvimento do ensino, quando o mínimo previsto era 60%.

Na saúde, área mais sensível e delicada no mundo inteiro devido à pandemia em 2020, o município injetou 36,21%, mais que o dobro exigido por lei, de 15%. Foram investidos, em valores nominais, R$ 303,25 milhões na saúde dos parauapebenses.

Darci também cumpriu o limite de 6% para transferências ao Poder Legislativo, sendo que ele ordenou despesas que somaram 5,98% direcionadas ao parlamento local. Também manteve equilíbrio na despesa com o funcionalismo do Poder Executivo, tendo desembolsado apenas 34,75% da receita líquida arrecadada com a folha, muito abaixo do teto de 54% preconizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Com isso, a despesa com pessoal total do município — somados os poderes Executivo e Legislativo — ficou em 36,47%, abaixo do máximo permitido, 60%.




Nova “jurisprudência”

De acordo com a especialista em contabilidade pública Maria Onilce, uma das mais respeitadas profissionais do ramo no país, inclusive com reconhecimento internacional, a sessão de julgamento das contas do prefeito de Parauapebas motivou, tecnicamente, a implementação de nova jurisprudência na seara da contabilidade pública: dissociar eventuais irregularidades cometidas por outros ordenadores de despesas, a exemplo de secretários de governo, da responsabilidade do prefeito.

Isso porque, em seu voto, o conselheiro Daniel Lavareda ponderou que o relatório da apresentação das contas do prefeito de Parauapebas traz à baila a discussão para se inaugurar um novo regramento que há muito se fazia necessário, que é a responsabilização individual dos agentes públicos por seus atos. A conselheira Mara foi parabenizada pois demonstrou por seu voto a necessidade de identificar e responsabilizar cada um pelos prejuízos causados ao erário.

Ainda segundo Lavareda, a orientação serve para evitar que o gestor maior seja penalizado por atos cometidos tão somente por seus subordinados e em relação aos quais nem mesmo o prefeito tenha conhecimento. “Não podemos simplesmente colocar na conta do prefeito um ato que, às vezes, é praticado pelo secretário e outros agentes políticos que não sejam o prefeito”, observou.

No entendimento da contadora Maria Onilce Pereira, a medida servirá de embasamento para os demais prefeitos e gestores públicos do estado e pode, no futuro, livrar muitos chefes de Executivos municipais paraenses de encrencas com os órgãos de controle externo. “A defesa contundente que fizemos perante o Tribunal abriu precedentes, no momento da análise das contas, para que outros gestores venham a ser alcançados, por arrasto”, comemora a especialista.

A CEO da Maryah também lembra que todas as áreas do conhecimento estão evoluindo, inclusive a contabilidade pública, em relação à qual até mesmo os tribunais de justiça superiores vêm proferindo decisões no sentido de descriminalizar prefeitos por atos de ordenação de despesa cometidos por seus nomeados.

Com sede em Belém, o escritório Maryah Onilce Accounting vem recebendo destaque internacional em reconhecimento pela excelência e expertise no método inovador de atuação.

Ze Dudu










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