
Diplomado, Lula, antes de combater a fome e os gafanhotos na Amazônia, terá que conter o apetite do Centrão que pode emparedar o novo governo (Foto: )
Aquecimento
Quem pensa que a liderança do presidente Jair
Bolsonaro (PL) morreu de velha, está enganado. O silêncio do capitão é um
equívoco político de origem. Bolsonaro está articulando, com um grupo muito
restrito, o troco ao governo eleito.
Missão dada
Jair Bolsonaro quer dois compromissos de seus correligionários. O primeiro será
fazer uma oposição jamais vista pelo PT e seus associados, o que não vai
acontecer. A segunda, e mais urgente, é eleger o senador Rogério Marinho
(ex-PSDB), agora filiado ao PL, presidente do Senado, no lugar do espigão de
BH, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
— Missão quase impossível.
Resumindo, Bolsonaro sai com uma mão na frente e outra atrás do comando do
país.
Missão cumprida?
O PT também já endereçou, a quem de direito, que
soa como missão: quer Bolsonaro preso pelos supostos crimes cometidos.
— Será que consegue?
Desertores
As duas recomendações transparecem uma lógica que
na prática não existe na política praticada em Brasília. É grande a
possibilidade de desertores cuidarem de seus interesses pessoais e sobrar no
pelotão eleito a partir do apoio de Bolsonaro, apenas deputados e senadores realmente
comprometidos com convicções pessoais como Pátria, Família, Mais Brasil e Menos
Brasília e Deus Acima de Tudo e Todos.
– Logo saberemos quem é quem.
2 a 1
No fechamento da coluna, o ministro Kássio Nunes
Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que o orçamento secreto é
assunto legislativo e votou a favor da continuidade do esquema. O placar está
em 2 a 1, para a constitucionalidade da execução das emendas de relator. Após
seu voto, a sessão foi suspensa. Ainda restam sete ministros para votar.


Terceiro turno
O ministro afirma que as ações, propostas por PSB, Rede, PSOL e Cidadania vêm
de partidos que não tiveram “êxito dentro do Parlamento” e buscam o Judiciário
como “espécie de terceiro turno de deliberação”.
Não pode
“O Poder Judiciário não tem os elementos indispensáveis, nem a missão
institucional de avaliar o acerto ou desacerto de decisões parlamentares sobre
o orçamento”, apontou. Nunes Marques afirmou, ainda, que “quanto maior o poder
do Legislativo sobre o orçamento, mais democrático é o País”.
Transparência
Ele concordou com os autores da ação, entretanto,
no que diz respeito à falta de transparência na distribuição e pagamento das
emendas. “As programações orçamentárias são públicas e devem estar à disposição
para qualquer cidadão em consulta”, ponderou.
Garantistas
Faltam os votos dos magistrados garantistas. O ministro André Mendonça também
divergiu da relatora, ministra Rosa Weber, que considerou todo o esquema
inconstitucional ao proferir o primeiro voto na quarta-feira (14). Ela
argumentou que esse tipo de emenda deve servir apenas à correção de erros e
omissões no orçamento e foi desvirtuado para atender a interesses pessoais e
objetivos eleitorais.
Opinião
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou a
iniciativa da Câmara de aprovar a desfiguração na Lei das Estatais. O tucano,
que relatou o texto que originou a lei que dificulta o loteamento político das
empresas, classificou como “burrice” o fato de o PT ter apoiado a iniciativa,
declarou que a mudança deixa a “porta aberta para todo tipo de coisas não
republicanas” e reclamou que “é um retrocesso histórico na vida das estatais
brasileiras rumo à República das Bananas”.
Retrocesso
A Lei das Estatais foi sancionada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) após
investigações comprovarem o uso politico de empresas públicas em administrações
anteriores, em especial governos petistas. Os principais pontos da nova norma
dizem respeito a mecanismos para blindar as estatais de ingerência política.

Lula sentirá na pele o que o PT sempre fez na vida,
oposição a qualquer custo. Arthur Lira que o diga
Por MP
Segundo a Consultoria Eurasia, Lula não se contenta
com a mexida na Lei das Estatais. Pretende derrubar a legislação das empresas estatais
por meio de medida provisória assim que assumir o terceiro mandato. Imagina-se
como será a negociação desse despautério, ano que vem, com o novo Congresso.
Se forçar, é pior
Na quinta, passava das 20h00 e eis que surge a
bravata: “Só vota hoje. Se não votar hoje não vai votar mais. O que eu acho é
que vota hoje e vai passar”, disse o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes
(MG). Para o petista, está na hora e “quem se comprometeu terá que entregar” os
votos favoráveis.

Na marra não vai. Lição aprendida essa semana pelo
líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG)
Esquentadinho
O esquentadinho líder do PT na Câmara já devia conhecer que está lidando com
Arthur Lira e não com moleques de recado.
– Resultado? Caiu do cavalo e Lira não votou a PEC
da Gastança.
Furiosos
Além do PT e partidos que apoiam Lula, como o MDB,
PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede, entre outros, há expectativa de votos favoráveis
de boa parte dos integrantes da Câmara ao texto principal, justamente a que
permite o pagamento do Bolsa Família e só.
Só na semana que vem
Até mesmo o relator da proposta, o líder do União Brasil na Casa, Elmar
Nascimento (BA), calcula que neste ponto não haverá divergência. Ele alerta, no
entanto, para diversas tentativas de mudança do texto, seja em relação ao prazo
em que será permitida a extensão do teto, seja em relação ao valor a ser
ampliado.
Enquanto isso,…
Nos bastidores, está claro que Arthur Liracostura
uma megaderrota ao texto aprovado pelo Senado da PEC da Gastança. É melhor já
ir se acostumando. Vejam com atenção a foto da manchete desta edição. Lira não
demonstra nenhuma reação facial, durante toda a cerimônia de diplomação de Lula
no TSE. Enquanto a maioria se esparrama em palmas, gritinhos, pulinhos de
alegria incontida e gestos de faz um “L” aí; Arthur Lira permaneceu com a cara
amarrada o tempo todo.—Não é dificil imaginar o que se passava em seus
pensamentos.

Deputadas federais eleitas em todo o Brasil, na
primeira reunião da bancada feminina da próxima legislatura
…sinal de alerta
O senador Jaques Wagner (PT-BA), articulador da PEC
da Gastança no Senado e futuro líder do partido na Casa, conseguiu agendar
encontro nesta sexta-feira (16), do presidente da Câmara, Arthur Lira com o
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para discutir um alinhamento
para que a PEC seja votada, e principalmente, aprovada.
Wagner estará presente no tête-à-tête e servirá de testemunha.
Anotem
A PEC da Gastança só passará na Câmara se o texto
aprovado no Senado for modificado por uma razão simples: o PT e seus associados
não têm votos suficientes para aprovar a matéria.
Como texto será modificado, a PEC volta ao Senado num clima de deus nos acuda.
Esse será o clima da semana que vem no Congresso Nacional.
Bancada feminina
Deputadas eleitas e reeleitas, em reunião de
aclimatação para a próxima legislatura.
Economia
Dezembro negro I
Desde que Lula 3.0 foi declarado vencedor do pleito deste, ano a aversão do
Mercado ao resultado é impressionante.
Banco do Brasil e Petrobras recuam mais do que a maior parte dos seus pares no
índice Ibovespa.
Dezembro negro II
O projeto de lei aprovado na Câmara modificado de última hora para incluir uma
redução no tempo de quarentena para indicados ao comando de estatais que tenham
participado de campanhas eleitorais desfigurando a Lei das Estatais virou um
vexame no Congresso, esta semana. O texto, aprovado pelos deputados com 314
votos favoráveis a 66 contrários e, pasmem, com o voto a favor do PT do
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A matéria seria votada na quinta-feira
(15), pelo Senado, que adiou para a próxima semana e deve repetir o vexame da
Câmara.
Dezembro negro III
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliou que não há consenso
para levar temas controversos como o projeto que altera a Lei das Estatais
diretamente ao plenário da Casa, razão pela qual ele pode ser encaminhado para
uma análise prévia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Pacheco seria mais honesto se dissesse claramente que o deboche aprovado na
Câmara não será aprovado no Senado e fim de papo.
Dezembro negro IV
Mas, como é do feitio do engavetador geral do Senado, ele disse aos
jornalistas: “O que nós temos observado no Senado é justamente isso: nesses
temas em que há mais polêmica, é difícil você levar direto para o plenário uma
pauta que não tenha tanto consenso. E aí pode ser recomendado se passar por uma
das comissões da Casa e neste caso da Lei das Estatais é a Comissão de
Constituição e Justiça”.
— Rolando Lero faria melhor.
Dezembro negro V
Em resumo, acabar com a Lei das Estatais deve ter impacto negativo sobre a
rentabilidade das empresas e, consequentemente, sobre a cotação de suas ações
na bolsa, uma vez que a rentabilidade das estatais aumentou consideravelmente
em relação a pares privados desde que a lei foi aprovada em 2016.
Tiro no pé
O sinal trocou e a Petrobras já perdeu R$ 30 bilhões de valor de mercado até a
quinta-feira (15), data do fechamento da Coluna. Sangria extensiva aos cofres
do maior acionista, o governo federal.
Há prudência?
“Não é prudente que Lula governe contra o mercado”,
diz Mário Lima, analista sênior de política e macroeconomia da Medley Advisors
que avalia sinalizações do governo eleito.
Lima acredita que não é uma atitude politicamente inteligente que o novo
governo tome uma posição totalmente opositora ao mercado financeiro.
Onde há fumaça…
O líder do PT segue, portanto, dando sinalizações negativas aos investidores e
aos agentes de mercado que o apoiaram.
“Lula não precisa governar para o mercado, de forma
nenhuma, mas também não é prudente que se governe contra”, afirma Lima. “Já se
tem uma má vontade de setores do mercado (em relação ao PT) e o governo parece
que justifica essa má vontade.”
…o fogo não demora aparecer
Na visão de Lima, a expectativa que se tinha era de que o novo governo Lula
assumisse rapidamente alguns compromissos com as contas públicas – o que não
está ocorrendo. “Quanto a isso, sim, há uma decepção. A responsabilidade fiscal
não pode ser uma oposição à responsabilidade social”, explica o analista.
Consequências
As consequências da adoção de uma política fiscal irresponsável são a fuga de
investimento estrangeiro do Brasil, elevação dos juros e inflação, que podem
desembocar em uma crise econômica.
“E uma crise econômica estimula uma crise
política”, afirma Lima. Contudo, o analista político acredita que após a PEC da
Transição ser aprovada – se for, o Governo Lula começará a dar mais sinais de
compromisso com as contas públicas, até por uma questão de “sobrevivência”.
E ainda nem começou
“O governo tem que ser fiscalmente responsável porque não tem espaço para não
ser. Se ele não for, vai criar uma crise econômica. Crise esta que será o
início do fim do próprio governo”, conclui Lima.
Tempestades
O Governo que ainda nem começou, já cultiva
tempestades.
É o Mercado quem financia a dívida pública. Governo não gera riqueza, gasta mal
e coloca todos no mesmo balaio da ruína.
— O PT nunca aprende.
OrdemdoDia13-12-22
Câmara aprovou
Veja a relação das matérias aprovadas nessa semana
no esforço concentrado da Câmara dos Deputados, que quase limpou a pauta pendente.
Falta apenas a PEC da Gastança e a Lei do Orçamento para a semana que vem.
Dá para comparar?
William Waack ex-Rede Globo, não é William Bonner. A maior estrela da CNN
Brasil, analisa objetivamente o novo velho presidente eleito e dá uma aula de
jornalismo ao apresentador do JN, que tem registrado queda brutal de audiência,
causando enorme preocupação no clã Marinho.
Passa no setor de Pessoal
Com nota zero em transparência, quem diria a máscara de progressista do
jornal Folha de S. Paulo caiu e revela que não passa de um arremedo de
“palmatória do mundo”. Recusa-se a informar seus leitores o motivo da demissão
o jornalista Janio de Freitas.
Com 90 anos de idade, 70 de jornalismo, há 42 escrevia uma das colunas mais
lidas do jornal.
— A caveira de Otávio Frias Filho deve estar se revirando na tumba.
Viva Nossa Senhora!
Desde 2015, quando iniciou o primeiro dos três mandatos de deputado
federal, é da inicitiva de Joaquim Passarinho (PL-PA) a apresentação de
requerimento de Sessão Solene em Homenagem à padroeira dos paraenses, Nossa
Senhora de Nazaré. Confira como foi esse ano aqui e o vídeo
com a íntegra da sessão aqui.
Escolta
A imagem de Nossa Senhora de Nazaré quando vem ao Plenário da Câmara é
escoltada, desde Belém, por dois diretores da Festa do Círio e dois guardas da
Santa.
Todo cuidado é pouco.
Procissão
Joaquim Passarinho anunciou que a pedido de lideranças religiosas da
Capital Federal, será discutido com as autoridades religiosas do Pará, a
realização oficial da Procissão do Círio de Nazaré em Brasília, possivelmente,
a partir do ano que vem.
Necessário
Está faltando ao Brasil uma maior aproximação ao sagrado, ao divino, para
que tanta desunião cesse.
Efemérides I
Nesta sexta-feira (16) comemora-se o Dia Dia de Santa Adelaide. No sábado
(17), é o Dia do Engenheiro de Produção, o Dia Nacional do Bioma Pampa e o Dia
de São Lázaro. No domingo (18), os brasileiros comemoram o Dia do Museólogo, o
Dia Internacional dos Migrantes, o Dia da Língua Árabe, o Dia de São Zózimo e a
Final da Copa do Mundo do Qatar 2022. Quem vencerá?
Efemérides II
Na segunda-feira (19), é o Aniversário da
Emancipação do Paraná. Na terça-feira (20), comemora-se o Dia Internacional da
Solidariedade Humana e o Dia do Mecânico. Na quarta-feira (21), será o Início
do Verão – Solstício de Verão. E fechando o ciclo da semana, na quinta-feira
(22), a data comemora o Dia do Atleta e o Aniversário da Criação de Rondônia.
De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Val-André Mutran
– É correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
** Esta Coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Blog do Zé Dudu e é
responsabilidade de seu titular.
ZE DUDU