A deputada estadual Lívia Duarte (PSOL) protocolou,
nesta terça-feira, 14, na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), o projeto de
lei indicativo que visa assegurar o direito das mulheres a terem um
acompanhante de sua livre escolha, nas consultas e exames em geral nos
estabelecimentos públicos e privados de saúde no estado do Pará. Nos casos que
envolvam sedação, a presença do acompanhante será obrigatória. A proposição
ainda será votada na Casa de Leis.
Caso o dispositivo seja aprovado e implementado, o
descumprimento implicará na aplicação de advertência, suspensão ou demissão do
servidor público ou funcionário de instituição particular, assim como a
aplicação de multa ao estabelecimento, sem prejuízo das sanções
administrativas, civis e penais cabíveis. Os recursos arrecadados com a
aplicação de multas serão destinados ao Conselho Estadual dos Direitos das
Mulheres e ao Fundo Estadual dos Direitos das Mulheres.
A deputada justifica a necessidade do projeto em
casos de violência contra a mulher registrados durante atendimentos de saúde,
como o caso do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, filmado enquanto
estuprava uma mulher em trabalho de parto, no Rio de Janeiro. A situação
“escancarou realidades que se entrelaçam e afetam diretamente a vida das
mulheres brasileiras: a cultura do estupro e a violência obstétrica”, ressalta
Lívia no projeto.
O direito da mulher de escolher um acompanhante já
é realidade no Brasil somente durante o parto. A Lei 11.108, também conhecida
como Lei do Acompanhante, garante esse direito no Sistema Único de Saúde (SUS),
assim como as resoluções da Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
R$ 66 MIL EM PREMIAÇÕES