Montagem com as fotos da Bancada do Pará na Câmara dos Deputados (Foto: )
Política
Desinibido
Cada vez mais desinibido, o presidente do Senado e
do Congresso Nacional Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sem demonstrar qualquer
constrangimento, na cara de pau, aprovou a redução para três dias na semana e
três semanas no mês, o expediente obrigatório de trabalho dos senadores. Veja
detalhes dessa indecência aqui.
Isolados e caladinhos
Os partidos de oposição ao governo no Senado foram
isolados pelo esquema montado para reeleger o presidente Rodrigo Pacheco. Os nobres
e combativos senadores da oposição não deram um pio sequer sobre o isolamento,
a ponto de se recusarem a comentar o assunto com a Coluna. numa atitude para lá
de estranha.
— Tem caroço nesse angu!
Adiamento
Era esperada para quarta-feira (1º) a definição dos
comandos das comissões permanentes no Senado. Não saiu porque alguns acordos
ainda precisam ser feitos. Com isso, a escolha dos presidentes foi adiada para
8 de março.
— Outro angu.
Pré-acordos
Havia pré-acordos e favoritos, mas a indefinição ou
possibilidades de disputa por votação em algumas delas adiou o anúncio de quem
fica com o quê. Como era esperado, o bloco oposicionista (PL, PP, Republicanos
e Novo) não comandará comissões.
Eis os nomes favoritos:
CCJ (Constituição, Justiça e Cidadania): Davi Alcolumbre (União Brasil-AP);
CAE (Assuntos Econômicos): Vanderlan Cardoso
(PSD-GO);
CRE (Relações Exteriores e Defesa Nacional): Renan
Calheiros (MDB-AL);
CAS (Assuntos Sociais): Humberto Costa (PT-PE);
CMA (Meio Ambiente): Leila Barros (PDT-DF);
CDH (Direitos Humanos e Legislação Participativa):
Paulo Paim (PT-RS);
CRA (Agricultura e Reforma Agrária): Soraya
Thronicke (União Brasil-MS);
CE (Educação, Cultura e Esporte): Flávio Arns
(PSB-PR) e Eliziane Gama (PSD-MA) disputam;
CSP (Segurança Pública): Omar Aziz (PSD-AM) e
Styvenson Valentim (Podemos-RN) disputam;
CDR (Desenvolvimento Regional e Turismo): nome a
definir do MDB;
CCT (Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática): nome a definir do PSDB.
PDT ajoelhado
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS), prometida ao
PDT de Leila Barros (DF), foi negada, o que expõe a importância do partido. Ou
seja, nenhuma. Ela pleiteava a CAS, da qual o PT não abriu mão e que caiu no
colo do senador Humberto Costa (PT-PE). A Leila do Vôlei teve de se conformar
com a Comissão de Meio Ambiente (CMA), assunto do qual a ex-atleta sabe tanto
quanto o Colunista entende de Astrobiologia.
Nó
A CI (Comissão de Serviços de Infraestrutura) é um
dos nós que estão pendentes de acordo no Senado. O PSD, partido de Pacheco,
pretende indicar Daniella Ribeiro (PB) para presidi-la, mas o colegiado ainda é
objeto de negociação.
Data limite
Com o adiamento da definição dos comandos de
comissões, o regimento indica que o prazo final para os líderes de blocos
partidários indicarem titulares e suplentes para cada colegiado termina na
próxima terça-feira (7), mas, como anda a carruagem tocada por Rodrigo Pacheco,
tudo pode acontecer e a obediência ao regimento é apenas um mero detalhe.
Governo
É mentira?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não
abandona o antigo hábito de mentir. Jurou, no ano passado, claro que pela fé da
mucura, que não aumentaria impostos e bingo! Mandou aumentar o preço da
gasolina e do etanol. Ciente da mentira, os donos de postos de combustível
aumentaram os preços por conta própria, antes mesmo do governo pinóquio
anunciar qual o percentual seria praticado.
— É um desgoverno.
Casa da mãe Joana
Para não perder velhos hábitos, o presidente
sinaliza que vai tratar a Petrobras, uma empresa de economia mista, como se
fosse um puxadinho ligado ao Partido dos Trabalhadores.
Esquece que a empresa passou por poucas e boas sob a gestão do PT, petrolão na
fita e cana de 20 anos que o STF o livrou do cumprimento da pena.
Mesmo se bancar o leso, a Petrobras adotou medidas para se blindar da sanha
petista, mas os danos que a empresa sofrerá só estão começando.
Economia
A pior semana da Bolsa
A Bolsa de Valores continua comendo o pão que o
diabo amassou, desde o anúncio do vencedor das eleições presidenciais do ano
passado. Perdeu suporte dos 104 mil pontos, descendo na mínima em 103.104,81
pontos, no meio do pregão na quarta-feira, 1º de março, um dia negro para os
investidores brasileiros e que afugentou da Bolsa os estrangeiros.
A continuar o fiasco, a B3 vai perder o suporte dos 100 mil pontos na próxima
semana. Logo logo, as consequências serão um pesadelo para o governo, porque a
Bolsa é o primeiro prenúncio de fracasso da política econômica.
PIB
Na quinta-feira (2), houve a divulgação do PIB do
quarto trimestre. Não bastasse o anúncio de um dos indicadores econômicos mais
importantes do país, o mercado também repercutiu o balanço da Petrobras,
especialmente após as ações serem penalizadas devido aos rumores de
interferência governamental e mudanças na remuneração dos acionistas. Lá fora,
o mercado repercute a inflação medida pelo CPI na zona do euro que veio acima
do esperado.
Recorde
A Petrobras divulgou o balanço do quarto trimestre
após o fechamento do pregão de quarta. O lucro da empresa em 2022 bateu um novo
recorde, com R$ 188,3 bilhões.
A companhia afirmou que o resultado se deve principalmente à alta de 43% do
petróleo tipo Brent (classificação de petróleo cru que é referência para o
mercado global), maiores margens de derivados e melhor resultado financeiro.
Além disso, a empresa cita benefícios de efeitos não recorrentes, como ganhos
com acordos de coparticipação na exploração de outros campos.
Penalizada desde a eleição de Lula
O resultado do balanço da maior empresa da América
Latina veio quase como um alívio após a companhia ser penalizada no pregão de
terça. Tudo começou com a “novela” da desoneração dos combustíveis. Para quem
não lembra, ao reonerar parcialmente o etanol e a gasolina, o governo voltou a
arrecadar com tributos vindos desses produtos, mas para não penalizar tanto a
população com a alta dos preços deles, a Petrobras reduziu os preços nas
distribuidoras. O assunto, claro, foi percebido como uma interferência
governamental na companhia.
O PT não aprende nunca
E a história não termina aí. Na quarta, pela manhã,
surgiram rumores de que a área mais política e de esquerda do governo, leia-se
Gleise Hoffmann e sua turminha ultrarradical, estava pressionando para que a
estatal reduza o volume de dividendos que vem distribuindo nos últimos anos. O
objetivo do governo seria diminuir o valor distribuído pela Petrobras aos
acionistas e aumentar o montante de dinheiro destinado pela companhia aos seus
investimentos, especialmente em transição energética.
Com a presepada, a impressão que fica é que essa gente não sabe fazer conta. Só
de dividendos, a Petrobras pagou R$ 10 bilhões ao governo no terceiro
trimestre, relativo aos 30% que o governo detém como acionista maioritário da
petroleira, infelizmente, ainda estatal, mas de capital misto.
Há alguma coisa errada, uma implicância com a Petrobras. Ninguém entende o PT,
nem eles mesmos.
Na quarta
Na noite de quarta, pouco antes do balanço, a
empresa divulgou o pagamento de R$ 35,8 bilhões em dividendos referentes ao
quarto trimestre. O valor proposto para os dividendos, no entanto, ultrapassa a
fórmula da política de remuneração aos acionistas da empresa em R$ 6,5 bilhões.
A proposta da companhia agora é manter esse valor excedente em reserva
estatutária, situação que será levada à aprovação dos acionistas. Segundo a
Petrobras informou, a finalidade da reserva ainda não foi definida e confirmou
que os R$ 6,5 bilhões estão incluídos nos R$ 35,8 bilhões aprovados para
remuneração aos acionistas. O assunto, claro, repercutiu ao longo
de toda a quinta-feira. Mas isso não significa que a Petrobras será
protagonista sozinha.
Na quinta
Na manhã de quinta-feira, no fechamento da Coluna,
houve também a expectativa da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do
quarto trimestre e do número final de 2022. O PIB variou 0,4% no terceiro
trimestre de 2022 (frente ao segundo trimestre deste ano), na série com ajuste
sazonal. Frente ao mesmo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,6%.
É o efeito Paulo Guedes. Veremos como Haddad vai se sair.
Bancada do Pará
Plano diretor
A atenção da Bancada do Pará ainda não indicou os
principais sinais do que será a sua atuação nessa 57ª legislatura (2023-2027),
mas o peso do MDB será o plano diretor dos rumos a seguir. Alguns deputados e
talvez senadores mais salientes, já estejam só pensando “naquilo”, ou seja, nas
eleições do ano que vem.
Situação dos novatos
Por hora, o que é mais urgente é cuidar do próprio
umbigo e ver como cada um vai se agasalhar nas Comissões Permanentes e Frentes
Parlamentares. Já se sabe que nenhum da bancada será vice-líder do Governo na
Câmara, a lista já fechou.
O levantamento da Coluna aponta que o MDB com seus 9 deputados, os 5 novatos:
Andreia Siqueira, Antonio Doido, Drª Alessandra Haber, Henderson Pinto,
Keniston Braga e Renilce Nicodemos, devem seguir os ensinamentos e dicas dos
veteranos Elcione Barbalho e Olival Marques, porque José Priante, embora seja
do partido, é uma incógnita como se comportará após a rasteira que sofreu
perdendo o Ministério das Cidades para Jader Filho, por ordem do tio Jader — o
pai e do primo Helder, senador e governadores respectivamente, caciques do
partido.
Há quem já especule que Priante deixará o partido.
Senado
No Senado, apenas Zequinha Marinho (PL) fará
oposição ao governo Lula e a Helder.
Soma…
Dos 17 deputados federais do Pará, a oposição já
está clara, Joaquim Passarinho, e os delegados Éder Mauro e Caveira, os 3 do
PL, têm urticárias só de ouvir falar no nome do descondenado.
Os petistas Airton Faleiro e Dilvandra Faro devem receber as regalias de praxe
por terem sido eleitos pela estrela vermelha, no caso de Faleiro, reeleito.
Resta saber como será o comportamento de Celso Sabino (União Brasil) que deve
se equilibrar em cima do muro, os demais, cujos partidos noivaram com Lula e
Helder, contam com os votos de Júnior Ferrari e Raimundo Santos (PSD).
…e resultado
Se o tempo confirmar as contas e como será o
tabuleiro. Priante é a incógnita; oposição soma três deputados; Sabino fica em
cima do muro e governo conta com 15 votos do total da bancada paraense.
Efemérides I
Nesta sexta-feira (3), comemora-se o Dia do Médico
Otorrinolaringologista, o Dia do Corpo de Intendentes da Marinha, o Dia Mundial
da Oração e o Dia Mundial da Vida Selvagem. No sábado (4), é o Dia Mundial da
Obesidade. Neste domingo (5), comemora-se o Dia Nacional da Música Clássica, o
Dia da Integração Cooperativista e o Dia do Filatelista Brasileiro.
Efemérides II
A segunda-feira (6) é Dia do Agente de Defesa Ambiental e Dia Internacional de
Tolerância Zero à Mutilação Genital. Na terça-feira (7), é festejado o Dia do
Fuzileiro Naval, o Dia Nacional da Advocacia Pública e o Dia do Paleontólogo.
Na quarta-feira (8), é a data que marca o Dia Internacional da Mulher. E
fechando o ciclo da semana, na quinta-feira (9), comemora-se o Dia Mundial do
Rim e o Dia Mundial do DJ.
De volta na semana que vem
Estaremos de volta na próxima semana publicando direto de Brasília, as notícias
que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas aqui
no Blog do Zé Dudu.
Val-André Mutran
– É correspondente do Blog do Zé Dudu em
Brasília.
Contato: valandre@agenciacarajas.com.br
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