Anfitrião ao lado do
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Pará,
Helder Barbalho, realizou um discurso histórico na manhã desta terça-feira
(08), durante a solenidade de abertura da Cúpula da Amazônia - IV Reunião de
Presidentes dos Estados Parte no Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em
Belém. O chefe do Executivo estadual reconheceu os desafios na preservação do
bioma amazônico e voltou a defender oportunidades de desenvolvimento
socioeconômico sustentável.
"O fato de estarmos
reunidos por iniciativa do presidente Lula é testemunho da importância
política, social, ambiental, econômica e diplomática da Amazônia. Aqui
estamos para reafirmar ao mundo que a Amazônia é preocupação cotidiana,
urgente e desafiadora de todos os que aqui vivem, se dedicam a esta região e
ao seu povo", informou o governador do estado.
"Temos que combater o
desmatamento, mas também temos que concretizar as promessas da bioeconomia;
temos que proteger as povos indígenas e as comunidades tradicionais, mas
também mobilizar seu conhecimento ancestral para conservar a biodiversidade,
os rios e gerar soluções sintonizadas com a delicadeza exigida pela natureza;
temos que coibir a exploração do homem pelo homem gerando educação, saúde,
habitação, empregos e justiça social. Responder a esses desafios demanda
modernizar mapas mentais e conjugar ações que reúnam ações públicas e
privadas", ponderou.
Ainda durante discurso aos
chefes de Estado de países amazônicos, Helder Barbalho reafirmou que o mundo
está diante de um desafio social e climático, necessitando erradicar a
pobreza, mitigar e adaptar as emissões de gases de efeito estufa, e ainda
garantir a transição para uma nova economia, baseada na floresta viva.
"Temos vontade
política e um compromisso estratégico com essa agenda. Sustentabilidade e
soberania, diálogo e cooperação são os pontos cardeais de uma empreitada que
hoje se inicia e que levará o Brasil e os demais países integrantes do
Tratado de Cooperação Amazônica a acolherem aqueles que genuinamente compreendem
a complexidade e a sensibilidade da equação social, política, ambiental e
econômica que reclama um enfoque ousado e proporcional nas respostas aos
dilemas que Amazônia enfrenta", argumentou Barbalho.
Para o chefe do Poder
Executivo do estado do Pará, o caminho para o desenvolvimento socioeconômico
do bioma com preservação dos recursos naturais passa pela união de esforços,
modernização da máquina pública, uso eficiente e inovador dos recursos
públicos, além de participação da academia e sociedade. Helder Barbalho
destaca a importância da gestão que promova transformação, integração e
motivação.
"Os diferentes níveis
de governança e as parcerias multisetoriais são eixos estratégicos para a
geração de conhecimento e de eficiência na utilização de ferramentas para
articulação dos diversos atores-chave. No Pará, estamos criando as condições
para que o setor privado seja parte desta transformação", detalhou.
Helder Barbalho avalia que
o Brasil voltou ao diálogo com players internacionais, dando prioridade ao
meio ambiente.
"Esta conferência
reafirma a identidade amazônica da América do Sul. Sob a sua liderança
[presidente Lula] , o Brasil voltou ao diálogo com o mundo com a segurança de
que sua contribuição pode definir novos caminhos para a cooperação
internacional. Tenho a convicção de que todos os participantes desta Cúpula
sabem, como eu, que iniciamos um trajetória crucial neste processo de
reconstrução de uma sociedade mais justa e igualitária, na Amazônia e no
Brasil, onde ninguém seja deixado para trás", finalizou.
Cúpula da Amazônia - A cúpula é um encontro de líderes de Estado
que discute o desmatamento zero e desenvolvimento sustentável no bioma
amazônico. A Cúpula é realizada nesta terça (08) e quarta-feira (09), em
Belém. O objetivo dos governos federal e do Pará é promover e fortalecer o
debate entre os países-membros da Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA) para definição de uma posição em comum pelos países em
desenvolvimento que detêm reservas florestais. Ao final desta edição em
Belém, é esperada a assinatura de um tratado conjunto.
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