Deputado Marcelo Lima (PSDB-SP), cassado pelo TSE por infidelidade partidária (Foto: )
O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) cassou, na terça-feira (7), por 5 votos a 2, o mandato
do deputado federal Marcelo Lima (PSB-SP), eleito em 2022. Ele foi denunciado
por infidelidade partidária, pelo ex-deputado Paulinho da Força, fundador e
vice-presidente do Solidariedade, partido pelo qual o agora deputado cassado se
elegeu e do qual saiu, sem justificativa alguma, migrando para o PSB. Paulinho,
que é primeiro-suplente de Lima, vai assumir o mandato.
O
Solidariedade diz que Lima saiu do partido para o PSB sem apresentar
justificativa, mesmo tendo disputado as eleições enquanto usava da estrutura
financeira e política da sigla. Por esse motivo, o partido alegou “infidelidade
partidária”.
O partido
ainda afirma que, embora o deputado não tenha atingido a cláusula de desempenho
nas eleições, passou a preencher os requisitos com a incorporação do PROS
(Partido Republicano da Ordem Social) ao Solidariedade, em fevereiro de 2023.
Marcelo
Lima era vice-Líder do Bloco União Brasil, PP, Federação PSDB Cidadania, PDT,
PSB, Avante, Solidariedade e Patriota e afirma ter formalizado sua desfiliação
horas antes da sessão na qual o TSE concordou com a incorporação dos partidos,
em 14 fevereiro. Ex-vcie-prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima diz
ainda ter apresentado o pedido à Comissão Executiva Municipal.
O
julgamento sobre a cassação do mandato de Marcelo estava suspenso desde o
pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Floriano de Azevedo
Marques. O relator do caso, ministro André Ramos Tavares, já havia votado pela
perda do mandato do congressista.
Ramos
Tavares afirma que a carta de anuência do congressista foi apresentada no mesmo
dia em que o Solidariedade se incorporou ao PROS, em 14 de fevereiro, mas que
só comunicou no dia seguinte.
Segundo o
relator, o deputado perdeu o direito de migração de partido quando o
Solidariedade, por causa da incorporação do PROS, superou as cláusulas de
barreira. Portanto, o deputado ainda estava ligado à sigla quando ela
ultrapassou essa cláusula.
Dessa
forma, Ramos Tavares afirmou que o cenário que permite a migração dos
congressistas é superado quando o próprio partido faz um movimento no sentido
de se unir a outros para atingir a cláusula de barreira.
O voto foi
acompanhado pelos ministros Floriano Marques, Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia
e Alexandre de Moraes. Os ministros Nunes Marques e Raul Araújo votaram contra.
Paulinho da Força deve
assumir vaga
Paulinho da
Força, vice-presidente do Solidariedade e suplente de Marcelo Lima, fez a denúncia
de infidelidade a Corte eleitoral de olho na vaga do colega; deu certo
O
ex-deputado Paulinho da Força deve assumir a vaga na Câmara dos Deputados
depois da cassação de Marcelo Lima. Em nota, o Solidariedade deu como certa a
posse do ex-deputado e disse que a solenidade está prevista para os próximos
dias. A sigla afirmou que esse será o quinto mandato “consecutivo” do
deputado.Nas redes sociais, Paulinho da Força, que é dirigente da Força
Sindical e vice-presidente nacional do Solidariedade, comemorou a decisão do
TSE. “Recebo essa notícia com muita gratidão e a certeza de que essa é uma
vitória da classe trabalhadora e de todos que lutam por um Brasil mais justo”,
escreveu em seu perfil no Instagram.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente
do Blog do Zé Dudu em Brasília.