Por g1
General Christopher Cavoli, oficial da Otan, fala à
imprensa na sede da entidade em Bruxelas nesta quinta (18); — Foto: Foto
AP/Virgínia Mayo
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta quinta-feira (18) que vai convocar 90 mil soldados de
países membros da aliança e da Suécia. A convocação é a maior feita pela Otan desde a Guerra Fria.
Os militares participarão de uma série de exercícios conjuntos que trabalharão com o cenário de um "ataque
russo", segundo o comandante-geral da
Otan na Europa, o general Christopher Cavoli.
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Os
exercícios começarão
na semana que vem e durarão até meados de maio, segundo
o comandante. E terão a cooperação de soldados da Suécia, país que ainda não
faz parte da aliança, mas já solicitou formalmente o ingresso no grupo.
"A aliança vai demonstrar sua habilidade para reforçar a região do
Atlântico e da Europa com um movimento transatlântico de forças", disse
Cavoli.
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militar desde a Guerra Fria
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O comandante afirmou que as manobras não têm uma motivação específica
e acontecem
como parte de exercícios anuais da aliança. Mas disse também que a convocação das manobras deste
ano são as maiores desde 1988, quando, em plena Guerra Fria, a aliança
mobilizou 125 mil soldados.
Ainda segundo Cavoli, as tropas este ano simularão uma invasão russa a um dos países membros. Em uma das simulações, os
militares treinarão
um deslocamento rápido para a Polônia, país membro da Otan e vizinha da Ucrânia.
Em outro momento do treinamento, os soldados irão aos países que fazem fronteira com
a Rússia, como a Noruega e os países bálticos - Letônia e a Lituânia -, que também integram
a Otan.
Exercício militar da Otan é o maior desde a Guerra
Fria. — Foto: Kayan Albertin/g1
Segundo
a Otan, para o exercício militar serão mobilizados mais de 1.200 veículos de
combate:
- Ao menos 50 navios, de porta-aviões a destróieres;
- Mais de 80 caças,
helicópteros e drones;
- Pelo menos 1.100 veículos de combate, incluindo 133 tanques e 533 veículos de combate de infantaria.
A Otan, aliança das Forças Armadas de 31 países do Ocidente, entre eles
os Estados Unidos, prevê que uma invasão a
qualquer um dos membros implica automaticamente em uma resposta de
tropas de todos os outros membros do grupo.
Quando invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia alegou estar se
defendendo diante de uma ameaça da Otan, que travava conversas com o governo
ucraniano para uma possível entrada do país no bloco.
As negociações foram interrompidas desde então, mas, após a guerra
estourar, a Finlândia, vizinha da Rússia e com quem compartilha uma fronteira de mais de 1.300
quilômetros de extensão, decidiu
ingressar na Otan.
A entrada do país nórdico, que foi aprovada por todos os membros, fez as fronteiras entre a Otan e a Rússia
dobrarem de tamanho.
A convocação recorde da Otan ocorre também no momento em que a Rússia intensificou ataques aéreos a grandes
cidades na Ucrânia, em uma tentativa de mostrar
força após meses sem conseguir avançar nas linhas de frente de batalha.
Atualmente, soldados russos controlam cerca de 20% do território ucraniano, em
áreas no leste e no sul do país.