A passagem do ex-presidente Jair
Messias Bolsonaro por Marabá, nesta segunda-feira (1º), teve início com um
almoço no Raiz Sertaneja, após cumprir agenda em São Geraldo do Araguaia, a 160
km de distância. No final da tarde, acompanhado por sua esposa, Michele
Bolsonaro, se encontrou com correligionários em frente à loja Havan, próximo ao
aeroporto, de onde seguiram em carreata e motociata pelas ruas da cidade,
causando grande congestionamento. Ele chegou ao local do evento na garupa de
uma moto.
A comitiva do PL era aguardada em
Marabá no dia 8 de maio, mas Bolsonaro acabou sendo internado em Manaus-AM,
adiando o compromisso político. Hoje, os correligionários mostraram força, com
mobilização de pessoas do campo e da cidade, que participaram da passeata em
automóveis e motocicletas.
A programação teve seu ápice em
um palco armado na Velha Marabá, onde milhares de pessoas ouviram discursos do
ex-chefe do Executivo, antecedido pelos deputados federais Eder Mauro e
delegado Caveira, e o deputado estadual Toni Cunha, além da ex-primeira dama.
Os discursos no palanque tiveram
como intenção exaltar o nome de Cunha, pré-candidato a prefeito no município de
Marabá, além de fortalecer o do ex-presidente e de sua esposa.
O deputado federal Éder Mauro, em
seu estilo excêntrico e polêmico, disse que a democracia está acima de tudo “e
nós não vamos abrir mão”. “Passei 30 anos da minha vida defendendo a família e
fiz questão de estar hoje em Marabá por uma grande causa; por um grande projeto
que se alinha em 2024 para 2026. O povo de Marabá não vai querer entregar a sua
gestão para quem não é para entregar,” disse.
Na mesma linha, o delegado
Caveira se posicionou contrário à liberação da maconha e realização do aborto.
“Isso é tudo que Bolsonaro ensinou que não deve. Somos Deus, pátria, família e
liberdade. Não podemos entregar essa cidade rica, bilionária como é Marabá, nas
mãos de qualquer um. Essa cidade merece muito mais, uma infraestrutura que
nunca teve. Ela precisa de pessoas técnicas, responsáveis com o patrimônio
público, que não responde a nenhum procedimento na Justiça,” sintetizou.
Michele Bolsonaro também falou
aos marabaenses. Com duração de cerca de cinco minutos e bastantes aplausos,
ela agradeceu o carinho e disse que Marabá é uma terra abençoada.
Depois, voltou-se às mulheres
presentes, afirmando que seu grupo está propondo uma política feminina e não
feminista. “Podemos ocupar os espaços de decisão e de poder sem precisar falar
grosso. Chegamos a essa terra abençoada e estamos aprendendo que a política é
uma ferramenta de transformação. Somos escolhidos para mudar a história desse
país, dessa cidade, mulheres. Não podemos negociar nosso voto porque teremos
consequências geracionais. O PL Mulher quer cuidar desse povo abençoado,”
disse.
O deputado Toni Cunha exaltou o
ex-presidente num discurso inflamado, no qual citou sua mãe, a esposa Lanúzia
Lobo e o filho. Depois, lembrou dos dois anos em que atuou como vice-prefeito
de Marabá, argumentando que quer a oportunidade de mostrar ao município que
pode dar vida melhor aos seus moradores. “Não podemos deixar que aqueles que um
dia tomaram o poder destruam novamente a cidade,” alfinetou.
Muito aplaudido ao receber o
microfone, Jair Bolsonaro falou sobre o futuro e disse que é preciso construir
um projeto político que contemple o futuro das crianças. Ele falou de Toni
Cunha, a quem considerou uma pessoa preparada para administrar Marabá, e fez
acusações contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva,
afirmando que não pode desistir do Brasil. Num discurso de apenas seis minutos,
ele voltou a ventilar a possibilidade de fraude na eleição de 2022, mas disse
que isso só se esclarecerá no futuro. “Temos, cada um de nós, a missão de lutar
por dias melhores para nossa pátria,” enfatizou.
Na manhã desta terça-feira (2),
Bolsonaro segue para Parauapebas, onde encerra sua agenda política no Pará.