A decisão foi em atendimento a Ação Civil Publica movida pelo Ministério
Público do Pará (MPPA). O município terá que publicar no Portal da
Transparência dados sobre verbas recebidas, despesas, compras e contratos
celebrados para combater o novo coronavírus
Atendo a Ação Civil Pública movida pelo Ministério
Público do Pará (MPPA), a Justiça Estadual determinou à Prefeitura de São
Geraldo do Araguaia, no sudeste do estado, que publique no Portal da
Transparência dados sobre verbas recebidas, despesas, compras e contratos
celebrados para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Em caso de
descumprimento, a gestão será multada em R$10 mil por dia.
De acordo com o MPPA, os problemas no Portal da
Transparência são acompanhados pelo órgão desde 2018, quando a Promotoria de
Justiça verificou irregularidades na atualização das informações no site. A
situação se agravou devido à pandemia.
Segundo o Ministério Público, com a situação de
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (ESPIN),
municípios puderam fazer compras sem licitação, para agilizar o combate à nova
doença, o que tornou ainda mais importante à atualização do portal, para que os
órgãos fiscalizadores e a população possam ver como o dinheiro público foi
utilizado. Devido a essa falta de clareza, o promotor de Justiça, Erick
Fernandes, ajuizou a Ação Civil Pública pedindo transparência do município
sobre os gastos no combate à pandemia.
O promotor explica que o site da prefeitura contém
um link dedicado às ações de enfrentamento ao novo coronavírus, contudo, quase
nenhuma informação sobre o combate à pandemia é apresentada. “O site da
prefeitura possui o link para supostas informações acerca da Covid-19, mas
quase nada de conteúdo. O conteúdo lançado em sua maior parte não condiz com as
informações decorrentes do enfrentamento à pandemia”, detalha o promotor.
Ele ressalta que a prefeitura descumpriu a Lei de
Acesso à Informação e a Lei 13979/2020, não restando outra alternativa, a não
ser à intervenção judicial, para garantir a transparência com os gastos
públicos. “Ainda mais neste grave e delicado momento pelo qual toda a sociedade
está passando”, acrescenta Erick Fernandes.
Em sua decisão, o juiz Antonio José dos Santos
destaca que, ao deixar de atualizar o site, a prefeitura descumpriu a norma
jurídica, pois “a lei é bem clara ao determinar que todos os gastos e ações
devem ser publicadas na internet, possibilitando, assim, o controle social e
dos órgãos de fiscalização, em tempo real”.
O MPPA destaca que no início da pandemia, a
Promotoria enviou um ofício ao município. No documento, o MPPA questionava
porque as compras eram publicadas com atraso e pediu que os dados ausentes
fossem atualizados imediatamente. Em resposta, a Procuradoria Municipal
explicou o motivo da demora, contudo o problema não foi resolvido e as informações
obrigatórias não foram publicadas.
(Tina Santos-com informações
do MPPA)