Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil (Foto: )
O Ministério
Público Federal (MPF) requisitou nesta quinta-feira, 29, ao governador do Pará
e ao prefeito de Belém informações sobre quais providências estão sendo tomadas
para conter novo aumento no número de casos de covid-19 no Estado e na capital.
O MPF quer saber
quando será reanalisado o bandeiramento de risco dos municípios e quando será
implantada a fiscalização efetiva das regras sanitárias e do distanciamento
social.
Também foi
questionado se os estabelecimentos de saúde estão sendo fiscalizados para
cumprirem as regras que obrigam a correta notificação dos casos suspeitos e
confirmados da doença.
Ao Estado e ao
Município foram requisitadas, ainda, respostas sobre se serão reabertas
unidades de saúde específicas para pacientes suspeitos de contaminação pelo
novo coronavírus.
O Município
também foi questionado sobre se há previsão de suspensão das aulas na rede
municipal, tendo em vista que as escolas podem ser focos de contágio.
Além disso, o
MPF cobrou informações sobre quais providências foram tomadas para buscar a
punição do proprietário da rede de lojas Havan. A aglomeração na inauguração de
loja em Belém, no último dia 10, foi apontada pelo MPF como cena de barbárie.
Tendo em vista o
que o MPF considera ser uma aparente inércia da fiscalização, também foram
requisitadas informações sobre como as polícias e os agentes de fiscalização
têm atuado para coibir grandes aglomerações e para que seja respeitado o uso de
máscaras e demais regras sanitárias.
Casos suspeitos mais que dobraram
Nos ofícios o
MPF registra notícias de que unidades de saúde da capital paraense tiveram este
mês um aumento de 110% no número de casos suspeitos da doença, e que o aumento
também foi constatado por hospitais particulares e foi citado pelo prefeito.
O MPF destaca
que em hospitais particulares foram reabertas alas exclusivas para tratamento
de pacientes com covid-19, e que mesmo com esses e vários outros indicativos de
uma segunda onda da pandemia o descumprimento das regras sanitárias virou
rotina.
Além da
inauguração da loja da Havan na capital, outro exemplo de aglomeração em massa
citado pelo MPF foi o de show patrocinado pela prefeitura de Tailândia (PA) no
último dia 17.
Rede hospitalar particular
Também nesta
quinta-feira, 29, o MPF enviou ofícios a empresas responsáveis por
hospitais particulares de Belém. Foram requisitadas informações sobre a
situação de casos de covid-19 e sobre quais providências vêm sendo tomadas para
garantir atendimento a novos pacientes.
O MPF busca
saber se houve aumento da demanda e, caso esse aumento tenha ocorrido, em que
data começou e em que percentual. Também foram solicitadas informações sobre a
taxa de ocupação de UTIs, uso de respiradores, e se já houve a necessidade de
ampliação de leitos de UTI ou de Unidade Semi-intensiva com respiradores, e de
leitos clínicos.
Também foram
solicitados dados sobre a demanda reprimida, ou seja, a quantidade de pessoas
diagnosticadas com covid-19 ou suspeitas de terem sido contaminadas que
aguardam fila para transferência para leitos de UTI ou Semi-intensivos com
respiradores, e a quantidade de pessoas que morreram durante essa espera.
Outras
informações requisitadas pelo MPF aos hospitais foram sobre se há previsão de
suspensão de cirurgias e procedimentos eletivos não urgentes, qual a capacidade
diária dos hospitais para realização de testes para a doença, quantos testes já
foram feitos, e se há pretensão de ampliação da oferta.
Por fim, o MPF
questiona os hospitais da rede particular se estão realizando a correta
notificação de casos ao Estado e ao Município, e se houve aumento de óbitos de
pacientes suspeitos para covid-19 neste segundo semestre e, caso tenha ocorrido
o aumento, qual o percentual e em que período ocorreu.
O prazo para
respostas concedido pelo MPF ao governador, ao prefeito e aos hospitais é de
cinco dias.
Fonte: Ascom/MPF