A vacinação contra a covid-19 começa
na próxima quarta-feira (20), às 10h, em todo o país, para os grupos
prioritários. O anúncio foi feito neste domingo (17), pelo ministro da Saúde,
Eduardo Pazuello, durante coletiva no Rio de Janeiro.
Segundo o ministro, serão
inicialmente 3 milhões de pessoas a serem vacinadas, com duas doses cada uma,
totalizando 6 milhões de doses da CoronaVac, produzida pela empresa chinesa
Sinovac e o Instituto Butantan. O uso emergencial da CoronaVac foi aprovado hoje (17) pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
O ministro abriu a coletiva se solidarizando
com as famílias das vítimas e agradecendo aos profissionais de saúde na linha
de frente da pandemia.
“Quero começar me solidarizando com cada
família que perdeu um ente querido. Já passamos de 200 mil mortes em nosso
país. E agradecer a todos os profissionais de saúde, que já salvaram mais de 7
milhões de pessoas vítimas da covid-19. Hoje o Brasil passa por um momento de
grande avanço, esperança e conforto aos brasileiros, que aguardavam por esta
notícia. Está dado o primeiro passo para a maior campanha de vacinação do mundo
contra o coronavírus”, disse Pazuello.
O ministro afirmou que o importante é
garantir a todos os estados as doses da vacina, em igualdade de condições,
respeitando a questão da gravidade local.
“O Ministério da Saúde tem em mãos,
neste instante, as vacinas, tanto do Butantan quanto da AstraZeneca [em
parceria com a Fiocruz]. E nós poderíamos, num ato simbólico, ou numa jogada de
marketing, iniciar a primeira dose em uma pessoa. Mas em respeito a todos os
governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará
isso”, frisou o ministro.
Pazzuelo destacou que existe um pacto
federativo histórico entre a União e os estados, que deverá ser respeitado, com
a saúde da população colocada acima de tudo.
“Quebrar essa pactuação é desprezar a
igualdade entre os estados e todos os brasileiros. É desprezar a lealdade
federativa. Senhores governadores, não permitam movimentos políticos
eleitoreiros se aproveitando da vacinação nos seus estados. O único objetivo,
neste momento, tem que ser o de salvar mais vidas e não fazer propaganda
própria”, destacou o ministro.
Em São Paulo, o governo estadual iniciou hoje a vacinação contra o novo
coronavírus, imunizando uma enfermeira que trabalha na linha de frente contra o
vírus.
Distribuição
Pazuello comentou como deverá ser o
processo de vacinação, a partir de quarta-feira, sendo que a responsabilidade
da operação logística será dos municípios, definindo quem são os grupos
prioritários a receberem as primeiras doses. Segundo o ministro, as doses começarão
a ser entregues aos estados a partir das 7h desta segunda-feira (18), com
apoio do Ministério da Defesa, com deslocamento aéreo.
“Os grupos prioritários são mais
controlados. Idosos em instalações de longa duração, que a vacina vai até eles,
profissionais de saúde que estão na linha de frente, em que forma de
comunicação é em outro nível, vai no aplicativo Conecte SUS, onde faz a
inscrição para a vacinação, os índios aldeados, [que a vacinação] vai até a
aldeia. Então esses grupos iniciais são mais simples de serem trabalhados. Isso
vai dando tempo para a estrutura se organizar para os públicos maiores. Neste
momento, os prioritários são muito mais simples de se fazer. E isso está no
plano de execução do município, que executa a vacinação”, explicou o ministro.
Assista a entrevista coletiva:
Neste domingo (17), a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou o uso emergencial no país
das vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica
chinesa Sinovac, e da AstraZeneca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em
parceria com o consórcio Astrazeneca/Oxford. A reunião durou cerca de
cinco horas.
No caso da CoronaVac, a taxa de
sucesso na prevenção da doença em relação ao grupo que tomou placebo
(medicamento inócuo) atingiu 50,39%, segundo a agência. Para a
AstraZeneca, a Anvisa confirmou a eficácia global do imunizante em 70,42%.
Edição: Graça Adjuto