Share on printBucharest, Romania - March 25, 2020: Television journalists (cameraman and reporter) wearing protective suits against covid-19 do their daily job. (Foto: )
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Em um ano de pandemia, pelo menos 878 jornalistas
morreram de Covid-19 em 70 países, segundo a organização Press Emblem
Campaign, com sede em Genebra. A América Latina lidera a
lista de mortes por região, com mais de 460 casos. E o Brasil tornou-se
o país com mais vítimas, um total de 111, passando a ocupar a posição que desde
o início da crise era do Peru.
A organização destacou o avanço rápido da doença
entre profissionais de imprensa no País, que figura como o de pior registro em
2021: 50 mortes em apenas dois meses. O caso mais recente da lista é o do
jornalista e escritor Nilo Alves, de Palmas.
A Press Emblem Campaign dedica-se
a monitorar violência contra jornalistas. Desde o início da crise de saúde
pública passou a acompanhar o drama dos profissionais de imprensa vítimas da
Covid-19. A lista da entidade inclui um perfil de cada vítima, como forma de
humanizar os números da doença.
Em maio passado o registro já era alto: 64 mortes
em 24 países. Em novembro subiu para pelo menos 462 jornalistas de 56 países −
um aumento de mais de sete vezes. Nesse mesmo período, o número total de mortes
por pandemia em todo o mundo aumentou cinco vezes, de acordo com o Johns
Hopkins Coronavirus Resource Center.
A diferença entre regiões é brutal. Na Europa,
foram 158 mortes. A Itália figura como a nação da região onde mais jornalistas
perderam a vida para a Covid-19, um total de 49. Na Ásia, a Índia aparece na
liderança, mas não há números confiáveis de alguns países, como a China.
“Os profissionais da mídia têm um papel importante
a desempenhar na luta contra o vírus. A segurança deles está particularmente em
risco nesta crise, pela necessidade de trabalhar no campo. Vários
morreram por falta de medidas de proteção adequadas ao fazerem seu trabalho”,
diz o relatório.
Os dados do PEC dizem respeito apenas a jornalistas
que morreram com Covid-19 cujos casos foram divulgados na mídia local,
referenciados por associações de jornalismo ou registrados por correspondentes
regionais da entidade.
“O que me surpreende é que, ao contrário da crença
comum, muitos jornalistas morreram relativamente jovens”, disse Blaise Lempen,
secretário-geral da PEC em uma entrevista à Global Investigative Journalism
Network.
“Em países desenvolvidos como Itália, Estados
Unidos e Grã-Bretanha, a maioria dos jornalistas que morreram de Covid-19 tinha
mais de 70 anos, mas em países em desenvolvimento como Brasil, Índia ou África
do Sul, eles eram mais jovens − a maioria deles na casa dos 50 ou 60 anos. ”
Ele acrescentou que é sempre difícil saber a origem
da doença, mas acredita que muitas das infecções aconteceram no trabalho.