Publicado em 24/03/2021 - 16:35 Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil - Brasília (Foto: )
O novo ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, disse hoje (24), durante coletiva de imprensa realizada na Esplanada
dos Ministérios, que será possível triplicar o ritmo atual de vacinação - hoje
na casa das 300 mil doses por dia - para chegar a cerca de 1 milhão de doses
aplicadas diariamente.
“O compromisso número um do nosso
governo é a implementação de uma forte campanha de vacinação. Todos sabem o
esforço que foi feito para buscar vacinas. Hoje sabemos que 95% da população
brasileira deseja ser imunizada. E nós, agentes públicos, temos que envidar
esforços para que o programa de vacinação tenha concretude”, declarou Queiroga.
A posição reforça o compromisso feito em rede nacional ontem (23)
pelo presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que o governo fará de 2021 o “ano
da vacinação dos brasileiros”. “Somos incansáveis na luta contra o coronavírus.
Essa é a missão e vamos cumpri-la”, afirmou o presidente.
O novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, reuniu hoje
(24) a imprensa para divulgar as novas ações e estratégias do governo federal
no combate à covid-19 - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Sem lockdown, mas com distanciamento
Quando perguntado sobre medidas não
farmacológicas, o novo titular do ministério descartou lockdown como
uma resposta para conter a disseminação do vírus e citou outras formas de
distanciamento.
“Quem quer o lockdown?
Ninguém quer lockdown. O que temos do ponto de vista prático é
adotar medidas sanitárias eficientes que evitem lockdown. Até
porque a população não adere. A vacina é importante, mas precisamos usar
máscaras, precisamos manter um certo distanciamento. Vamos buscar maneiras de
disciplinar o distanciamento social”, disse.
Medicamentos off-label
Questionado sobre o endosso do
Ministério da Saúde a protocolos off-label - o uso de
medicamentos e substâncias para tratamentos que não constam em bula -, Queiroga
reiterou a importância da autonomia médica em relação aos pacientes, e lembrou
que o conhecimento científico é dinâmico e está constantemente em revisão.
“Esta doença, que não tem tratamento específico, tem vários estudos que ainda
não mostraram eficácia, como a Anvisa atesta. O que precisamos alertar é que o
conhecimento científico é dinâmico. No passado, se dizia ‘fica em casa e vai
para o hospital quando tiver falta de ar’. A ciência evoluiu e vimos que
precisamos atender paciente precocemente. Compete ao médico, com sua autonomia,
decidir caso a caso”, respondeu.
Queiroga afirmou que Bolsonaro lhe
conferiu autonomia para montar sua equipe e mencionou alguns nomes. Para a
Secretaria Executiva foi indicado o servidor de carreira Rodrigo Castro. Para a
Secretaria de Atenção Especializada em Saúde foi escolhido o Dr. Sérgio Okani,
diretor-executivo de traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Uma secretaria especial será criada
para o combate à pandemia, mas o nome não foi informado.
Durante a entrevista, Queiroga também
foi questionado sobre a queixa de secretários estaduais e municipais de saúde
sobre o sistema para registrar mortes por covid-19. Mas não deu resposta sobre
se as mudanças exigindo mais dados seriam ou não mantidas. Em nota, o
Ministério da Saúde informou que os novos campos serão suspensos por enquanto.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira