
Por Agência Brasil - Brasília (Foto: )
O ministro da Ciência, Tecnologia e
Inovações, Marcos Pontes, falou hoje (05) sobre o desenvolvimento e prazos da
Versamune MCTI - um imunizante contra covid-19 100% nacional que foi submetido
à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação.
Segundo o ministro, o governo espera
que as fases de testes obrigatórias para o uso amplo da vacina ocorram ainda
este ano. As fases 1 e 2 deverão contar com 360 pacientes cada. Após a
comprovação de eficácia e segurança, a fase 3 - que testa a vacina em um grupo
maior e mais diverso de pacientes - deverá contar com 20 mil pessoas. Pontes
cogitou a possibilidade da aceleração emergencial da fase 3 da Versamune MCTI,
assim como ocorreu com outras vacinas já em uso aprovadas pela Anvisa.
“Esperamos que os testes aconteçam ainda neste ano, pelo menos para ter uma
abertura em emergência da fase 3. Havendo eficiência e segurança comprovadas, a
vacina será usada aqui no Brasil”, afirmou Pontes.
Controle sobre mutações
Marcos Pontes ressaltou a importância
da produção de uma vacina 100% nacional, que servirá para atender rapidamente a
população brasileira caso novas mutações ocorram. O ministro também lembrou da
importância da mantenção da soberania e da independência de fontes externas de
vacina.
“Cada vez que temos uma mutação
dessas, se dependermos do exterior completamente para fazer modificações -
principalmente se as mutações forem com características exclusivas do país,
centralizadas aqui - isso fica difícil. Demora muito tempo e perdemos muita
gente. Não queremos isso. Poder controlar rapidamente a tecnologia e os insumos
é essencial”, argumentou o ministro.
As áreas de farmácia, biomedicina,
química e a economia nacional também serão beneficiadas pela produção de um
imunizante nacional. “O desenvolvimento nacional fica mais barato do que a
importação, e ele produz empregos e empresas. Precisamos de todo um sistema
montado para outras vacinas e outras pandemias.”
Outras vacinas em desenvolvimento
Marcos Pontes informou que há outras
vacinas e remédios em desenvolvimento avançado contra a covid-19. Duas outras
vacinas já estão em fase pré-clínica e deverão ter a documentação apresentada à
Anvisa nos próximos meses.
“Nossa estratégia funciona em três
eixos. Neste ano, o eixo é comprar vacinas internacionais e aplicar na
população o mais rápido possível, para cercar o vírus. Na segunda perna, estão
as vacinas nacionais, que podem ajudar este ano, mas que terão papel
fundamental no ano que vem. A terceira parte é a construção de um centro de
vacinas que possa produzir vacinas rapidamente para outras doenças e outras
pandemias. Tudo isso está sendo feito em paralelelo”, explicou.
Testes antivirais com medicamentos
também estão sendo feitos e financiados pelo governo federal. O ministro
afirmou que há um medicamento em fase adiantada que será apresentado para os
testes pré-clínicos em pouco tempo. “A ideia é que tenhamos uma cobertura
completa para os brasileiros.”
Programa espacial brasileiro
Sobre os recentes lançamentos
espaciais feitos em parceria com outros países, Marcos Pontes afirmou que nutre
com entusiasmo o futuro do programa espacial nacional. “É muito importante que
nós tenhamos esse desenvolvimento feito especialmente nas universidades. Não só
pelo conhecimento em tecnologia nos laboratórios, mas também pela formação de
pessoal para o programa espacial brasileiro, que está decolando”, declarou.
A Agência Brasil acompanhou
o lançamento do nanossatélite NanoSatC-Br2,
feito em parceria com a Rússia, e o lançamento do Amazonia 1, feito em parceria com a Índia.
Sobre futuros lançamentos, Pontes
afirmou que o desenvolvimento de satélites com o projeto plataforma multimissão
continuará, e que uma parceria com a Agência Aeroespacial Norte-Americana
(Nasa) colocará um robô explorador brasileiro em solo lunar em um futuro
próximo. Marcos Pontes também adiantou que haverá novos desenvolvimentos na
parceria aeroespacial com Israel.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira