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FOLHAPRESS
LIFESTYLE ESTUDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cientistas desenvolveram nanopartículas
biodegradáveis e magnéticas que, aplicadas em roedores machos, serviram como
método contraceptivo. Ainda que feita apenas em ratos, ela pode servir de
inspiração para o desenvolvimento de métodos contraceptivos masculinos para
humanos no futuro.
A pesquisa foi publicada na revista Nano Letters, da Sociedade Americana de
Química.
Cientistas da Universidade de Nantong e da Universidade de Xangai, ambas na
China, injetaram, durante dois dias, doses de nanopartículas revestidas com
ácido cítrico em camundongos.
As partículas eram guiadas aos testículos dos animais com auxílio de ímãs e,
durante 15 minutos, campos magnéticos eram aplicados no local.
A ação gerava aumento de temperatura nos testículos e, consequentemente, a
espermatogênese –geração de espermatozoides– era contida.
A fertilidade dos animais era estimada entre 7 e 60 dias após o tratamento.
Além disso, os camundongos machos foram colocados junto a fêmeas por sete dias.
Após o acasalamento, os animais eram separados.
Segundo os pesquisadores, nos sete dias que se seguiam à aplicação de
nanopartículas e campos magnéticos, os animais não conseguiam gerar filhotes.
Mas os roedores se recuperavam de 30 a 60 dias após o tratamento.
Pensando em humanos –algo muito distante da realidade dos testes da pesquisa
citada acima–, ao mesmo tempo em que há diversos métodos contraceptivos para
mulheres, os homens contam, basicamente, com vasectomia e camisinha, esta
última também de grande importância para prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente
Transmissíveis).
Existem estudos desenvolvidos há décadas para criação de outros métodos
contraceptivos masculinos, normalmente focados na espermatogênese.
A contracepção masculina enfrentam algumas dificuldades, porém. No caso das
hormonais, por exemplo, assim como nos métodos femininos, há efeitos
colaterais, como acne, variação na libido, alterações de humor, dor de cabeça e
dificuldades de ereção, segundo alguns estudos. Também não há conhecimento dos
efeitos a longo prazo na fertilidade e do período de latência (tempo que a
intervenção demora para começar a fazer efeito).
De forma geral, a maior dificuldade é conseguir um método com poucos efeitos
colaterais e que seja reversível.