A aldeia Krânh, cujo nome significa "muro de proteção", foi
a primeira a receber a expedição 'Saúde por todo Pará em territórios indígenas',
neste sábado (16). Proteger a saúde dos indígenas é o principal objetivo da
ação, que se iniciou na sexta-feira (15) e segue até o próximo sábado
(23).

Ação do governo nas aldeias da Trincheira Bacajá
garantiu também atendimento especializado, além da atenção básica aos
indígenas
Indígenas da etnia Xikrin da Trincheira do Bacajá foram atendidos nos
dois primeiros dias da Expedição, que registra mais de 250 atendimentos
médicos. As aldeias Krânh, Pukakey, Kamere Djâm, Kenôro, Pryndjan e Potkrô
receberam os serviços de saúde neste sábado (16).
A enfermeira Bruna Vieira, do Distrito Sanitário Especial Indígena
(DSEI) de Altamira, que é responsável por garantir a Atenção Básica de saúde
dentro das aldeias da região, acompanha a expedição.
"Esse é um grande passo do Governo do Estado ao abrir as portas
para os indígenas do médio Xingu. Temos muitas dificuldades em realizar a
Atenção Secundária e Terciária de saúde nas aldeias, por isso, fizemos um
levantamento de serviços especializados que precisamos e o Governo trouxe o
acesso às especialidades. É de uma importância muito grande", afirma a
representante do Dsei Altamira.

A enfermeira Bruna Vieira, com um meniono Xicrin:
abrir as portas da saúde para os índios Xicrin é um grande passo dado pelo
governo
Esta foi a primeira vez que serviços de saúde do Governo chegaram até
a aldeia Kenôro. O cacique Bebere ficou muito feliz com a chegada da equipe
multiprofissional. "Precisamos que o programa chegue dessa forma dentro
das aldeias. Eu achei bom porque veio até aqui para cuidar da nossa
saúde", conta.
A liderança de Pryndjan, Katendjô, ressalta que só de não ter que
deslocar os indígenas até a cidade para receber atendimentos de saúde já é
uma excelente estratégia para evitar o contágio de doenças. "Trazer os
serviços até aqui facilita muito e faz com que a gente nem vá até a cidade,
que é cheia de doenças. Os médicos acham doenças que podem estar escondidas e
podemos tratar", relata.
ALEGRIA
A liderança da aldeia Kamerydjân, Bepry, 44 anos, afirmou que se toda
a comunidade está com saúde, a alegria é garantida. "Era exatamente o
que queríamos, fazer exames e consultas aqui mesmo na aldeia. Nos sentimos
mais seguros e com mais saúde", diz.
ATENDIMENTOS

Equipe multiprofissional contotou com
profissionais da Sespa, da UFPâ e do Centro Integrado de Inclusão e
Reabilitação do Estado
Ao todo, no segundo dia de atendimentos, entre os indígenas das cinco
aldeias, foram realizadas 137 triagens de enfermagem e atendimentos médicos;
430 testes ISTs; 86 testes IGG e IGM; 23 avaliações de fisioterapia; 45 de
fonoaudiologia; 43 de nutrição; 21 de terapia ocupacional; 38 de serviço
social, além de três testes de antígenos.



EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Mais de 30 profissionais da Secretaria de Estado de Saúde do Pará
(Sespa), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Centro Integrado de
Inclusão e Reabilitação (CIIR) compõem a Expedição.
Segundo a coordenadora da expedição, Putira Sacuena, são garantidos
aos indígenas atendimentos com clínica médica, exames laboratoriais
(relacionados à bioquímica, à hematologia, de fezes e de urina), avaliação e
aconselhamento nutricional, testes da orelhinha e da linguinha, avaliação de
desenvolvimento infantil, entrega de kits de higiene bucal, testes rápidos de
HIV, Sífilis, Hepatite B e C, exames de IGG, IGM e antígenos para covid-19,
orientações de saúde da mulher, criança e homem, além dos serviços da
regulação, que da própria aldeia, quando há internet, pode marcar exames e
consultas especializadas para as regionais mais próximas ou para Belém quando
necessário.
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